A suspensão de bolsas vinculadas aos Projetos Especiais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Paepe) I e II, à iniciação científica e à extensão pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) dificultará a permanência de alunos no Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes). A Ufes anunciou a medida na noite de segunda-feira (2), apontando que a decisão foi tomada em função dos cortes orçamentários impostos pelo Ministério da Educação.

Um servidor do Ceunes indicado pela vice-diretora Ana Beatriz Neves Brito para falar com a Reportagem, e que pediu para não ter o nome divulgado, relatou, em entrevista à Rede TC, que a Sugrad está responsável pelas bolsas do Paepe I e II e as demais estão vinculadas diretamente ao campus da Ufes de Goiabeira, Vitória. Por e-mail, a Reportagem solicitou à Secretaria de Comunicação da Ufes a quantidade de bolsas que foram suspensas no Ceunes, no entanto, até o fechamento desta página não havia sido registrada a resposta.

O servidor detalha ainda que o último processo para concessão de bolsas aberto no Ceunes aconteceu em 2018, sendo que 42 vagas foram para Paepe I (monitores de disciplina) e três para o Paepe II (apoio administrativo), com as vigências de 1º de setembro de 2018 a 31 de agosto de 2019, com carga horária de 20 horas semanais e remuneração de R$ 400 para cada bolsista. Com a suspensão anunciada pela Ufes, a vigência não foi prorrogada e nem aberto outro processo seletivo.

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Um dos bolsistas do processo que teve vigência encerrada no dia 31 de agosto é Cássio Pereira Cândido, 22 anos, que está no nono período de Ciências da Computação. Natural de Linhares, ele relatou que a situação dele não fica tão ruim porque está na expectativa de ser aprovado em um projeto do Hospital Albert Einstein. Outro fator positivo é que a mãe dele reside em São Mateus, o que evita despesas com aluguel, por exemplo.

Cássio mostrou preocupação com os colegas que tentariam novamente as bolsas, como forma de manutenção na universidade. Foto: Ademilson Viana/TC Digital

PREOCUPAÇÃO
Cássio mostrou preocupação com os amigos que passarão a ter dificuldades para se manter na universidade. Ele citou o exemplo de um acadêmico de Pinheiros, de família de baixa renda, que utilizava a bolsa e os auxílios de assistência estudantil, que somam pouco mais de R$ 700, para se manter no Município. Outro exemplo citado por Cássio é de uma aluna de Nova Venécia que, sem bolsa, terá que ir e voltar todos os dias para o município veneciano.
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