O supercomputador Fênix, da Petrobras, foi listado entre os 500 maiores do mundo e é o maior da América Latina. A lista da organização Top500.org coloca o Fênix na 142º posição. O ranking é montado de acordo com a performance da capacidade de processamento de dados das máquinas.

O computador conta com 55.296 gigabytes de memória e Central Processing Unit (CPU) com 48.384 núcleos de processamento. Foi feito pelo fabricante multinacional de origem francesa Bull, o que dobra a capacidade de processamento de dados geofísicos da Petrobras. Segundo o gerente-geral de Geofísica da empresa, Jonilton Pessoa, figurar na lista é importante para mostrar que a estatal se mantém atualizada tecnologicamente.

“Na licitação, nós especificamos a capacidade que a gente queria para processar o nosso algoritmo. A lista [Top500] vai dar nos um dimensionamento quanto ao nível de participação nossa no cenário mundial. Para a América Latina, somos os primeiros. Então, a gente é uma companhia que tem uma capacidade de processamento adequada para o tamanho que ela é” – disse.

Ele explica que o parque tecnológico da empresa estava desatualizado, tendo alcançado a excelência em 2012. “Fomos inovadores na primeira década dos anos 2000, com a utilização das GPU, que são as placas gráficas de processamento. Em 2012, a gente chegou a ser uma das companhias top em processamento de dados geofísicos, justamente por conta do uso das GPUs. Isso se desenvolveu no mercado e hoje todas as empresas utilizam GPU” – afirmou.

De acordo com o gerente, mesmo que os computadores da época, conhecidos como Grifo, tenham sido os mais modernos possíveis, passados sete anos eles estão desatualizados. “Durante o período de crise ficamos estagnados na aquisição de novas máquinas. A capacidade computacional evolui continuamente, aquilo que era bom demais em 2012 hoje em dia não tem a mesma eficiência, nem eficácia. Houve algumas atualizações posteriores, mas não acompanharam a nossa necessidade de processamento” – explicou.

Mais três máquinas contratadas

Gerente-geral de Geofísica da Petrobras, Jonilton Pessoa destaca que os testes mostraram a possibilidade de reduzir de oito para quatro meses o processamento de um conjunto de dados. Os primeiros resultados da produção ainda não saíram, já que o Fênix entrou em funcionamento em março. De acordo com o algoritmo aplicado, o ganho de velocidade pode chegar a quatro vezes.

O processamento de dados em geofísica consiste em transformar as informações obtidas na aquisição sísmica, que vem no formato de vibrações, em imagens. O processo identifica que tipo de material é encontrado no subsolo, por meio de emissão e recepção de ondas sísmicas tanto em terra quanto no mar.

Com isso é possível identificar onde há camadas de sal, os tipos de rocha e os locais onde há reservatório de óleo, de gás e de água, por exemplo. Cada tipo de material pode ser identificado de acordo com as características com que a onda emitida é captada no retorno, como, por exemplo, a velocidade de propagação e a amplitude do sinal.

Pessoa explica que a atualização tecnológica da geofísica consta do planejamento estratégico da Petrobras, que já contratou mais três máquinas do modelo do Fênix. “Nossa estratégia é que a gente tenha, em 2020, 15 vezes mais capacidade de processamento do que se tinha em 2018”.

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