Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos), Renata Setúbal fez uma avaliação positiva da greve geral deflagrada na terça-feira (7), com prosseguimento por tempo indeterminado em órgãos do Governo do Estado. “A gente está com boa adesão, tanto no interior como na Capital”, manifesta. Sem precisar dados específicos, a dirigente sindical avalia que há “uma adesão grande no norte do Estado”.
No centro de São Mateus, a Reportagem constatou sinalização de greve no escritório local do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), onde o portão de grade estava fechado e cartazes ressaltando a greve estavam expostos na parede ao lado da porta. A Superintendência Regional de Educação apresentava funcionamento normal e, posteriormente, uma servidora disse que não houve adesão.

Renata Setúbal disse que não conseguiria especificar por municípios, mas havia adesão no norte do Estado em repartições de secretarias escolares da rede municipal de ensino, no Incaper, no Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), categorias abrangidas pelo .
Conforme a presidente do Sindipúblicos, a principal pauta de reivindicação da greve, que foi deliberada em assembleia no dia 1º de outubro, é a reestruturação de carreiras para recompor perdas inflacionárias, que afirma ser de 50% avaliando do ano de 2002 até 2025.
Detalhamento da pauta de reivindicação
Renata Setúbal afirma que as perdas inflacionárias de 50% avaliadas de 2002 até 2025 têm vários fatores. Conforme argumenta, ao longo dos anos tiveram reajustes abaixo das inflações, uma lei federal congelou os salários durante a pandemia, o que teria gerado esses 50% de perdas.
“A gente tem dois parâmetros na nossa reivindicação. Um reajuste linear para recompor essa perda e diminuir a distância entre as carreiras de nível superior, nível técnico e nível médio. Hoje em dia, elas têm uma distância muito grande, então formam uma disparidade. E isso aconteceu também quando o Governo fez uma reestruturação de carreira em 2012 que beneficiou só o nível superior” – aponta.
Renata aponta que o Governo Federal e alguns estados aplicam uma distância menor entre as carreiras. “Como, por exemplo, o Piso da Enfermagem. Um técnico de Enfermagem recebe 70% de um enfermeiro de nível superior e um auxiliar de Enfermagem ganha 50% de um nível superior. O que a gente vem pedindo são esses dois pontos”, reforça.
Dirigente sindical detalha as tratativas
Vitória – A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos), Renata Setúbal, frisa que as tratativas com o Governo do Estado estão em estágio e que a categoria aguarda uma contraproposta. “Deixando claro que a gente tem seis meses que está em negociação com o Governo e a nossa proposta travou, porque ficaram 60 dias sem ter nenhum encaminhamento dele. No dia 10 de abril, o secretário da Casa Civil autorizou o estudo de impacto. A Seger apresentou no dia 1º de agosto esse estudo de impacto. Então, o governo tem pronto” – sustenta.
Neste sentido, Renata reitera que aguarda o Governo efetivar uma contraproposta. “A gente já venceu todos os prazos que a gente poderia. Então, os servidores chegaram à conclusão de fazer uma greve como forma de pressionar, mas a gente não quer manter em greve, a gente quer uma proposta do governo para a gente poder negociar”, afirma.
Renata detalha que a última reunião com o Governo do Estado foi realizada na segunda-feira (6), com a presença do vice-governador Ricardo Ferraço. “O vice-governador falou e realmente ele não estava na negociação. A negociação estava sendo tratada pela Seger e pela Casa Civil. Ele se pôs à disposição para tentar fazer uma mediação e a gente está aguardando uma resposta. Não temos nada marcado e sinalizado pelo Governo”, disse.
Conforme acrescenta a Assessoria de Comunicação do Sindipúblicos, são 3.800 servidores impactados com a reivindicação de reestruturação de carreiras.
Seger afirma que busca
soluções equilibradas
Em nota encaminhada à Reportagem, a Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger) manifesta que “permanece aberta ao diálogo com as entidades representativas do funcionalismo, sempre com o compromisso de transparência e na busca por soluções equilibradas”.
A Seger informa na nota, recebida às 11h20, que o movimento de greve geral dos servidores, iniciado na terça-feira (07), ocorria até aquele momento sem registro de situações que comprometam a prestação dos serviços públicos.
“Esclarece que mantém contato permanente com setores de Recursos Humanos dos órgãos, para acompanhar o andamento do movimento e verificar o cumprimento da garantia mínima de 30% de servidores em atividade, conforme determina a legislação”.

Foto: Sindipúblicos/Divulgação







