Vice-presidente da Comissão Nacional de Café, ligada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), como representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), o produtor rural José Silvano Bizi enfatiza que o endividamento na cafeicultura é uma questão delicada e precisa de intervenção federal para o problema começar a ser equacionado. Ele explica que as causas desse endividamento foram os três anos consecutivos de seca, na histórica crise hídrica que derrubou a produção para abaixo de 50% da média.

Silvano Bizi: “O produtor perdeu a capacidade de pagamento”. Foto: Divulgação

“Com o baixo preço praticado hoje pelo mercado, o produtor perdeu a capacidade de pagamento”, explica Silvano. Ele salienta que o Governo Federal deve interferir na renegociação desse passivo, com taxas de juros no máximo às que foram contratadas, além de carência e prazos longos, “para que se torne possível honrar tais compromissos”.

Nesta quinta-feira (21), em reunião no Ministério da Economia, o governo aceitou as propostas da Comissão de Endividamento Agrícola da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e comunicou que está criando um mecanismo que melhore o acesso do produto ao crédito. De acordo com o coordenador da bancada ruralista, deputado Jerônimo Goergen, a solução passa pela criação de um fundo de aval coletivo, que agilizaria a adesão à linha de recomposição de dívidas agropecuárias do BNDES. “A proposta ainda está sendo construída”, ponderou.

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SAFRA BOA

Produtor rural em Jaguaré, Silvano Bizi salienta que as lavouras de café estão em bom estado e as previsões são otimistas para a colheita em 2019. “As expectativas são muito boas devido a recuperação das lavouras com a volta das chuvas e com as barragens cheias. Porém passamos o mês de janeiro com baixo índice pluviométrico e altas temperaturas, que afetam diretamente no enchimento dos grãos, baixando a peneira e a densidade dos grãos” – ressalva.

Silvano alerta que, apesar da expectativa de safra boa, o calor intenso e a radiação solar extrema a partir de janeiro podem interferir nas lavouras, influenciando diretamente em perda de produção e também na qualidade dos grãos.

Sem revelar estimativa de produção, Silvano entende que a divulgação de números de safra pode afetar, derrubar ou elevar, o preço do café. Ele afirma que o “mercado do café vive muito de especulação”. Contudo reconhece que o preço do café é influenciado mesmo por oferta e demanda.
O vice-presidente da Comissão Nacional de Café relata que as exportações, principalmente do conilon, têm aumentado significativamente.

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