O Dia dos Povos Indígenas é comemorado no Brasil em 19 de abril e, nesse sentido, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) de São Mateus realizou três dias de atividades visando homenagear e debater sobre os povos originários, dentro da Semana Nacional dos Povos Indígenas. As ações aconteceram nos dias 14, 15 e 16 de abril, e foram organizadas por meio do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), envolvendo estudantes e professores do Instituto.
O professor de Educação Física do curso técnico integrado ao ensino médio, no Ifes São Mateus, José Roberto Gonçalves de Abreu detalha que foram criadas rodas de conversas, inclusive com a presença de indígenas que residem em aldeias localizadas na Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra.

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“Dentro das disciplinas foi discutido o Kuarupi, que é uma cerimônia religiosa indígena que marca uma homenagem aos mortos, e no final do Kuarupi existe o Huka Huka, que é uma luta indígena típica do alto Xingu em que os guerreiros têm por finalidade colocar as costas do oponente no chão. Ganha a luta quem fizer isso ou tocar a parte posterior da perna por três vezes” – explica.
O professor acrescenta que o Huka Huka é uma luta de aproximação e ressalva que, ao final do duelo, os oponentes se abraçam. “Na verdade, [a luta] é só um desafio que o corpo precisa, principalmente os povos que vivem de forma mais originais na floresta. Eles necessitam desse [vigor] físico para sobreviver. Os alunos vivenciaram essas lutas com toda a compreensão que isso é uma homenagem aos povos indígenas” – reforça.

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REFLEXÃO E RECONHECIMENTO
Segundo José Roberto, os estudantes se caracterizaram de indígenas para participar das atividades. Ele acrescenta que a programação contou ainda com a apresentação do vídeo Guerras do Brasil com o objetivo de estimular a reflexão dos alunos, professores e demais servidores do Ifes e do Neabi sobre a temática. “A participação dos alunos foi ótima. É um reconhecimento que fazemos aos povos originários. Nós temos a compreensão de que em mil e quinhentos não houve a descoberta do Brasil, mas sim a invasão. Alguns estudos de antropólogos apontam que entre 6 a 40 milhões de pessoas viviam onde hoje chamamos Brasil” – complementa.
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