Nos últimos meses, a presença de pessoas em situação de rua aumentou em Guriri. Eles estão espalhados por diversos pontos do balneário e se aglomeram, principalmente, em caçadas de bares e no calçadão da orla. No período noturno, dormem em locais improvisados sob marquises na área central do balneário, utilizando papelão ou lençóis e cobertores doados pelos próprios morados do entorno.

Leandro Alves mora em Linhares e diz que todo Verão vem a Guriri para ganhar uns trocados como flanelinha. Foto de Ademilson Viana/TC Digital

Entrevistados pela Rede TC, alguns moradores de rua afirmam que são trabalhadores rurais, mas que por falta de serviço na roça, aproveitam o Verão para trabalharem em atividades informais na praia. Como é o caso de Leandro Alves dos Santos, 38, que mora em Linhares, mas todos os anos vem a Guriri na alta temporada para atuar como flanelinha e ajudante de barracas de praia.

Ele conta que ganha entre R$ 15 e R$ 20 por dia para ajudar os vendedores ambulantes na praia a montarem as barracas, mesas e cadeiras, além de recolher o material no final do dia. Ele acrescenta que ganha ainda alguns trocados como flanelinha. “É uma vida que eu não desejo a ninguém, mas é a única forma que tenho para me manter”, diz. Ele admite que é viciado em bebida alcoólica e drogas e, por isso, prefere manter-se longe de familiares.

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ABANDONO FAMILIAR
Já Cosme dos Santos Rocha, 42, diz que está em Guriri desde novembro do ano passado. Ele relata que veio de Eunápolis, na Bahia, onde trabalhava na roça, e decidiu abandonar a família após a morte da mãe. “Quando ela morreu eu entrei em depressão e não tive mais vontade de terminar os estudos. Hoje, depois de tanto tempo, não tenho mais intenção de voltar para casa. É a vida que escolhi” – ressalta.

Conforme os moradores de rua entrevistados pela Reportagem, várias pessoas doam roupas, comida, além de lençóis e até colchões.

Apesar de ter residência no Bairro Vila Nova, o gesseiro Wallace Martins, de 41 anos, afirma que vai ficar morando nas ruas de Guriri até o final do período de Carnaval. “Não consegui trabalho como gesseiro, então vou ficando aqui na praia. Depois vou ver se consigo trabalho na roça. É a única solução” – aponta. O gesseiro diz ainda que tem uma filha de 21 anos.

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TRANSTORNOS
Vendedora de água de coco no calçadão, Aurea Novaes relata que alguns moradores de rua realizam as necessidades fisiológicas deles próximo da areia da praia, na área de restinga, causando mau cheiro e incomodando banhistas. “Apesar disso, a maioria deles estão aqui para trabalhar mesmo, não incomodam e respeitam as pessoas”, complementa

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