Secretário municipal de Saúde, Henrique Luís Follador diz que está apreensivo com a saída dos médicos de Cuba do Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Ele afirma que os profissionais deixam o Brasil em 40 dias e avalia que será necessária “uma reposição rápida” do Ministério da Saúde num processo de atração dos médicos brasileiros, para evitar uma desassistência nas unidades de Estratégia Saúde da Família, que em São Mateus contam com a atuação de 15 profissionais cubanos. Os primeiros chegaram para trabalhar no Município em janeiro de 2014.

Henrique Follador, que estava em Vitória nesta sexta-feira (16), detalha que os médicos cubanos realizam atendimento clínico e de diagnóstico dos pacientes nas unidades de Nativo de Barra Nova, Guriri (dois médicos), Sernamby, Ideal, Aviação, Porto, São Pedro, Bom Sucesso, Km 29, Km 35, Vila de Nestor Gomes (dois médicos), Santa Maria e Pedra D’água. Ao todo, o Programa Mais Médicos tem 27 profissionais no Município, sendo que, além dos 15 cubanos, os demais são brasileiros.

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“O Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) está acompanhando todo o processo junto ao Ministério da Saúde e pede-nos prudência e calma para juntos liberarmos ações que visam buscar a solução para o problema. Vamos aguardar. Muitas ações serão tomadas e garantirão a assistência e o cuidado a todos os usuários do Sistema Único de Saúde” – afirma Henrique.

O secretário destaca ainda que os médicos brasileiros têm uma predileção aos grandes centros. Ele sugere que o novo processo de seleção tenha mecanismos que possibilite atrair os profissionais e uma permanência mínima no programa, para evitar uma rotatividade.

Henrique enfatizou que o colegiado de secretários municipais de Saúde do Espírito Santo também demonstra preocupação com a situação. São Mateus, por exemplo, estima que, caso seja necessário assumir os custos para substituir os cubanos, terá um gasto mensal de aproximadamente R$ 200 mil entre salários e encargos. O secretário concluiu que torce para que uma solução seja encontrada e entende que o presidente eleito não é contra o programa, mas diverge ideologicamente de desconto dos salários dos médicos para o governo de Cuba e de restrição da vinda dos familiares dos profissionais.

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A Rede TC buscou posicionamento da delegacia de São Mateus do Conselho Regional de Medicina (CRM). Delegado, o médico André Goltara indicou à Reportagem entrar em contato com o presidente do CRM-ES, o médico Celso Murad. Contudo, as ligações não foram atendidas e mensagem enviada ao telefone celular do presidente não havia sido respondida até o fechamento desta página. O mesmo ocorreu com dois médicos cubanos procurados pela Rede TC que, em virtude de ponto facultativo municipal desta sexta-feira, as unidades básicas de saúde de São Mateus não funcionaram.

MAIS MÉDICOS

O governo de Cuba informou quarta-feira (14) que deixará de fazer parte do Programa Mais Médicos. A justificativa é que as exigências feitas pelo governo eleito são “inaceitáveis” e “violam” acordos anteriores. O presidente eleito Jair Bolsonaro disse que condicionou a continuidade dos cubanos no Programa Mais Médicos, mediante a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos e a liberdade para trazerem as famílias deles para o Brasil.

Em nota, o Ministério da Saúde relata que será finalizada a proposta de edital, a ser detalhada na semana que vem, para selecionar profissionais para as 8.332 vagas a serem deixadas pelos médicos cubanos. A seleção em primeira chamada do edital será ainda em novembro e o comparecimento aos municípios deverá ocorrer imediatamente após a seleção.

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