SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O saque imediato de até R$ 500 -ou, em alguns casos, de até R$ 998- das contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) atrasou a liberação do seguro-desemprego de trabalhadores em todo o país. Agora, o governo promete resolver o problema até quarta-feira (22).

Foto: Agência Brasil.

A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia ainda não sabe quantos trabalhadores tiveram o pedido negado por esse motivo.
A falha afetou todos os demitidos sem justa causa pois, durante o cruzamento de dados realizado para a liberação do seguro, a movimentação da conta do FGTS faz com que o sistema barre o pagamento.
É possível consultar o andamento da solicitação do seguro-desemprego no site www.gov.br ou no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.
O governo diz que os relatos de falhas começaram na segunda quinzena de dezembro.
A secretaria também não explicou porque o conflito de informações só começou a aparecer quase quatro meses depois do início das liberações de valores.
Nas redes sociais, trabalhadores afetados pelo problema relataram ter sido informados de que levaria de 40 a 60 dias para o seguro ser liberado.
A falha no pagamento do seguro-desemprego vem na esteira de outros problemas enfrentados pelo governo Bolsonaro na gestão de benefícios sociais, como o colapso na fila de espera do INSS.

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Foto: Agência Brasil

A negativa do pedido resultava na necessidade de apresentação de um recurso administrativo. Quem não apresentou essa medida, não precisa mais pedir, pois, segundo o governo, a liberação será automática.
Em média, a Secretaria de Trabalho recebe 520 mil pedidos do benefício mensalmente.
Nesta quinta-feira (16), a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia informou que todos os trabalhadores que tiveram o acesso ao benefício dificultado terão os pedidos reprocessados e liberado até a próxima quarta.
Novos pedidos realizados a partir de segunda (20) passarão a ser liberados automaticamente, segundo o governo.
Quando o trabalhador pede o seguro-desemprego, o sistema deveria informar que o registro mais recente em seu extrato foi o da demissão sem justa causa, que dá o direito ao benefício temporário.
Com o saque do FGTS, em muitos casos a informação que aparecia era a de retirada, o que o sistema entendia como pendência, barrando a liberação.
Como a Folha de S.Paulo mostrou em novembro, a Caixa fazia o saque de maneira automática, mesmo que o trabalhador não pedisse a retirada do dinheiro.

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