Desde o início de Sua vida pública, depois de ter passado uma noite inteira em oração, entre a multidão dos discípulos, Jesus escolheu Doze, para ficarem com Ele, serem formados e treinados para a sua futura missão:  anunciar o Reino de Deus e construi-lo na história humana. Sua salvação, de fato, devia chegar até os confins mais distantes da terra. Pedro e Paulo são dois anéis de uma corrente, que nos une a Cristo: prolongamento histórico de Cristo e continuadores de seu amor pela humanidade, a missão deles, como de seus sucessores no carisma apostólico, nasceu do Coração trespassado de Cristo, Bom Pastor.

Ambos foram venerados, desde sempre, como “as duas colunas da Igreja”, pelo papel fundamental, que eles exerceram na vida das comunidades cristãs. Embora profundamente diferentes entre si –pela personalidade e pela história individual– o grande laço que os unia foi a fé comum no Cristo morto e ressuscitado. Se conhecemos, hoje, Jesus Cristo, o devemos a eles e ao testemunho, que eles deram, até à efusão de seu sangue.

Ancorados nestes dois gigantes da fé, a comunidade cristã conservou-se fiel, com a graça do Espírito Santo, aos ensinamentos de Cristo, cujo conteúdo os Apóstolos adaptaram à realidade dos povos por eles evangelizados e às necessidades de seu tempo. A fé dos Doze apóstolos conserva ainda hoje toda a sua atualidade e vigor, pois, através do sucessor de Pedro, o Papa, e dos bispos, sucessores dos Apóstolos – a quem Cristo transmitiu o poder das chaves, o carisma do magistério e a urgência da missão – o Evangelho chegou até nós, como pão quente, saboroso e perfumado.

A Igreja de Cristo está alicerçada na profissão de fé de Pedro – não nas suas qualidades humanas, nem numa lógica de raciocínio mundano – pois ele foi objeto de uma especial revelação do Pai Celeste. Jesus lhe mudou o nome, de Simão para “Cefas”, (rocha, pedra), indicando, assim, o serviço específico, que lhe seria confiado, dentro do novo povo de Deus. “Tu és Rocha –disse-lhe Jesus– e sobre esta rocha edificarei a minha Igreja. Apascenta os meus cordeiros; apascenta as minhas ovelhas”. Uma construção para ser bem firme e estável deve partir das fundações: fundamento invisível da Igreja é Jesus Cristo; fundamento visível, por determinação do próprio Cristo, é Pedro e seus sucessores, pois a Igreja deve durar até a consumação dos séculos.

Pedro representa a Igreja ministerial; Paulo, a Igreja missionária, chamada a santificar o que de bom existe nas culturas e crenças dos povos. A primeira comunidade cristã de Jerusalém rezava por Pedro, que estava na prisão. Também, hoje, o sucessor de Pedro está sendo processado: há, dentro e fora da Igreja, um círculo de críticas maldosas, que não têm nada a ver com a liberdade e a “parrhesia” cristã. Como a comunidade cristã de Jerusalém orava por Pedro, preso na cadeia, assim, hoje, nossa oração vai pelo Santo Padre, o Papa, que Santa Catarina de Sena chamava: “O doce Cristo na terra, o Pai e o esposo da Igreja e da humanidade”.

 

(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.)

Foto do destaque: TC Digital

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