BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério do Meio Ambiente sugeriu ao Ministério da Economia a mudança de meta prevista no PPA (Plano Plurianual) de redução do desmatamento ilegal no país.

Em ofício enviado no mês passado, a pasta propôs que o objetivo de redução em 90% dos desmatamentos e incêndios ilegais até 2023, estabelecido no documento oficial, seja alterado.

Em troca, o Meio Ambiente recomendou como nova meta que 390 mil hectares de vegetação nativa da Amazônia sejam preservados até o final da atual gestão.

Só no ano passado, apenas na Amazônia, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou alertas de desmatamento em uma área de 9,1 mil quilômetros quadrados –o equivalente a 900 mil hectares.

Para justificar a mudança, a pasta afirma que a diminuição de 90% até 2023 é um objetivo intermediário e que o governo federal adota como meta principal a redução de 100% do desmatamento ilegal até 2030.

Em nota divulgada nesta terça-feira (4), o Ministério da Economia disse que concorda com a sugestão de tornar o objetivo do PPA “compatível com as metas definidas no Acordo de Paris”.

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“Desse modo, as metas intermediárias devem indicar os programas que serão utilizados nos próximos quatro anos para contribuir para zerar o desmatamento ilegal em dez anos. Isso que está sendo ajustado no PPA”, afirmou.

A meta de redução do desmatamento em 90% até 2023 foi incluída no PPA por meio de emenda parlamentar de integrantes da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.

Em entrevista à imprensa, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta terça-feira (4) que a mudança foi discutida na semana passada com a Economia e que ficou acordada a adaptação do objetivo do PPA.

“A meta nossa é de 100% da redução do desmatamento ilegal. Em qual prazo? No prazo contido no compromisso brasileiro que é de 2030. Então, o que precisamos fazer? Estabelecer estratégias ano a ano para atingir o compromisso”, disse.

Em entrevista à Folha, em junho, Salles já havia reconhecido que não haveria neste ano queda no desmatamento da floresta amazônica na comparação com 2019. Ele ponderou, no entanto, ser possível uma diminuição em 2021.

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Em julho, o número de focos de calor na floresta Amazônica cresceu 28% em relação ao mesmo período de 2019. O crescimento ocorre mesmo com a presença das Forças Armadas na região.

Salles assinou nesta terça-feira (4) um acordo que transfere R$ 350 milhões do Fundo do Clima para que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) apoie projetos de saneamento básico e gestão de resíduos sólidos.

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