Com a expectativa de uma colheita melhor na comparação com os dois anos anteriores, a safra do conilon aproxima-se do fim em São Mateus e Jaguaré. O secretário de Agricultura mateense, João Carlos Viegas Vasconcelos Junior, e o administrador do Sindicato Rural de Jaguaré, Elder Sossai de Lima, concordam que já foram colhidos 80% do café nas lavouras dos dois municípios e preveem que a colheita termine este mês.
Elder explica que, neste ano, a safra começou um pouco mais tarde do que em anos anteriores, e por isso também deve encerrar um pouco mais tardiamente. No entanto, para ele, esse retardo é natural. “Nos anos anteriores é que a safra começou mais cedo, mas o normal é acontecer neste período. O que determina o ponto certo de colheita é a maturação dos grãos de café no pé. O produtor olha e sabe a hora certa de colher. Não é nada fixo, um ano é mais tarde e no outro mais cedo” – complementa Elder.
Em relação à mão de obra, o secretário de Agricultura João Vasconcelos afirma que o ponto positivo observado nas lavouras é que neste ano os cafeicultores aproveitaram mais os trabalhadores disponíveis no Município. Porém foram contratados colhedores também na Bahia. Ele disse que acompanhou ainda uma colheita mecânica numa fazenda na Região dos Quilômetros e observou que essa tecnologia ainda precisa de ajustes.
De acordo com João, a colheita mecânica ainda tem uma perda entre 20% e 30% de frutos que permanecem no pé. “Como toda nova tecnologia, precisa ser adaptada, ser corrigida, para diminuir essas perdas”, comentou o secretário.
Recuperação da capacidade
de produção anima meio rural
Para a produção cafeeira em Jaguaré, o Sindicato Rural mantém a expectativa de colher em torno de 400.000 sacas neste ano, número que representa quase o dobro da safra de 2017, mas que, no entanto, significa metade de colheitas históricas, entre 800.000 e 1 milhão de sacas.
Conforme o administrador do Sindicato Rural, Elder Sossai de Lima, se o clima ajudar, com períodos de chuvas fartas, a colheita pode se recuperar muito mais a partir do ano que vem, chegando entre 80% e 90% da capacidade de produção, entre 600.000 e 900.000 sacas de Conilon.
De acordo com ele, essa situação de recuperação da capacidade de produção tem deixado os produtores do Município otimistas. Ele afirmou ainda que as barragens construídas em Jaguaré, pelos programas municipal, o Barragem Legal, e Estadual de Construção de Barragens, são um grande alento para os produtores rurais. “Sem água o produtor não sobrevive. Água hoje é mais importante para a roça do que o próprio solo”.
São Mateus e Jaguaré–ES