SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após dois meses de depoimentos privados e públicos de diplomatas e funcionários do governo dos EUA, o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados divulgou nesta terça (3) um relatório documentando o andamento do processo de impeachment contra o presidente Donald Trump.
No documento, o Comitê liderado pelos democratas acusa o mandatário de abusar de seu poder ao pressionar a Ucrânia para que investigasse seu rival democrata Joe Biden, o que configuraria interferência estrangeira nas eleições de 2020.
O relatório também o acusa de tentar obstruir o Congresso de levar a cabo a investigação.
Nos depoimentos, as testemunhas descreveram como Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a declarar publicamente que passaria a investigar Joe Biden em troca de receber uma verba de US$ 400 milhões em ajuda militar que havia sido congelada pela administração americana.
A aprovação do relatório pelo Comitê -prevista para esta terça à noite- dará início à nova fase do impeachment. Trump é o quarto presidente na história norte-americana a ser alvo de um inquérito do tipo.
Em seguida, o Comitê Judiciário da Câmara poderá começar a redigir, a partir de quarta (4), os chamados artigos de impeachment, que são documentos formais que explicam as acusações pelas quais um funcionário público pode ser destituído do cargo.
As acusações podem ir a votação na Câmara antes do Natal, e a expectativa é que passem, já que a maioria dos parlamentares da Casa é democrata. Se forem aprovadas, Trump irá a julgamento no Senado, a fase final do processo antes de ser destituído do cargo, mas é pouco provável que ele de fato seja impedido, pois a maioria dos senadores é republicana e demonstrou apoio quase total ao presidente.
Trump nega qualquer irregularidade e acusa os democratas de usar o processo de impeachment –que chama de “caça às bruxas”– para anular os resultados das eleições presidenciais de 2016.

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