BRUNO RODRIGUES E LUCIANO TRINDADE
SAÕ PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De 2009 a 2018, o mundo do futebol parava ao menos duas vezes por ano para assistir ao clássico entre Barcelona e Real Madrid. Entre outras coisas (ou principalmente) porque era o confronto de Lionel Messi com Cristiano Ronaldo.

Desde que o português deixou a Espanha, em 2018, a esperança de vê-los cara a cara passou a ser a disputa da Champions League, mas o reencontro demorou para acontecer.

Após duas temporadas inteiras sem o duelo entre os maiores jogadores do planeta, a espera está perto do fim.

Nesta terça-feira (8), o Barcelona de Messi recebe a Juventus de Ronaldo, às 17h (de Brasília), pela sexta e última rodada da fase de grupos do torneio europeu. Os catalães lideram o Grupo G com 15 pontos, enquanto os italianos vêm logo atrás, com 12 -ambos já estão classificados às oitavas de final.

A TNT e o EI Plus (serviço de streaming por assinatura) transmitem a partida.

O jogo no Camp Nou será o primeiro entre eles desde maio de 2018, quando Barça e Real disputaram o último clássico com os dois protagonistas em campo, válido por LaLiga. Na ocasião, no Camp Nou, ambos marcaram um gol cada um e a partida terminou empatada em 2 a 2.

Incluindo a época em que Cristiano Ronaldo atuava pelo Manchester United e também amistosos entre Argentina e Portugal, quem leva a melhor no histórico geral é Lionel Messi.

Eleito seis vezes o melhor jogador do mundo (uma a mais que o rival), o argentino venceu 16 jogos, empatou dez e perdeu em nove oportunidades. O camisa 10 do Barça também marcou mais gols: 22 contra 19 do português.

Na Champions League, Messi saiu mais vitorioso que Ronaldo no confronto direto até aqui.

Em cinco partidas, ele venceu duas vezes, empatou outras duas e perdeu apenas um jogo.

A única derrota foi na temporada 2007/2008, na semifinal da competição. Após empate sem gols em Barcelona, o Manchester United venceu por 1 a 0 na volta, gol de Paul Scholes, e garantiu um lugar na final europeia, na qual venceu o Chelsea para ficar com o título -o primeiro de Cristiano Ronaldo na Champions.

A revanche do argentino veio logo na temporada seguinte. O Manchester United alcançou sua segunda decisão consecutiva no torneio, mas perdeu para o Barça por 2 a 0, em Roma, gols de Eto’o e Messi.

Em novo duelo pela semifinal europeia, desta vez na edição 2010/2011 da Champions League, o camisa 10 do Barcelona superou novamente o seu rival. Depois de vencer o Real no Santiago Bernabéu por 2 a 0 (gols de Messi), o empate em 1 a 1 no Camp Nou colocou o clube catalão em mais uma decisão, na qual conquistou o título sobre o Manchester United.

Apesar da desvantagem no histórico de enfrentamentos, Ronaldo supera o adversário em número de gols na Champions. Maior artilheiro da história do torneio, anotou até aqui 132 gols, contra 118 de Messi, que marcou inclusive na vitória por 2 a 0 do Barça sobre a Juventus, em outubro -Ronaldo, se recuperando de Covid-19, não atuou.

Há duas temporadas, Cristiano Ronaldo assinou com a Juventus como parte do projeto dos italianos de voltarem a ser protagonistas na Europa. Contudo, mesmo com o reforço e os gols do português, a equipe de Turim não tem conseguido ir longe na competição.

Na temporada 2018/2019, foi eliminada pelo Ajax, nas quartas de final. Já na última temporada, caiu ainda nas oitavas, diante do Lyon.

Lionel Messi e o Barcelona também têm visto suas aspirações de voltar ao topo do futebol europeu frustradas. O time, que não chega a uma final desde 2014/2015, vem colecionando decepções recentemente, incluindo a goleada de 8 a 2 sofrida para o Bayern de Munique em agosto, pelas quartas de final da última edição.

Descontente com os rumos do clube e a perda de força no cenário internacional, Messi tentou deixar o Barça, mas uma cláusula em seu contrato, que o impedia de sair sem pagamento de multa, segurou o argentino na Catalunha.

O reencontro entre os dois melhores atletas de sua geração era cercado de expectativa desde o sorteio da fase de grupos, realizado no começo de outubro. O teste positivo de Ronaldo para Covid-19, entretanto, aumentou a espera para vê-los frente a frente.

Infectado enquanto servia à seleção portuguesa, o atacante de 35 anos ficou inativo por duas semanas -perdeu, inclusive, a estreia dos italianos na Champions, contra o Dinamo de Kiev. Desde que voltou a atuar, anotou dois gols no torneio europeu, contra Feréncvaros e Dinamo de Kiev.

Para o fechamento da fase de grupos, o português estará à disposição do técnico Andrea Pirlo, que como jogador enfrentou Lionel Messi algumas vezes. Na decisão da Champions League de 2014/2015, a última final europeia do Barça, os catalães venceram a Juventus de Pirlo por 3 a 1 e ficaram com a taça.

“Não temos nada a perder, assim que iremos fazer o nosso jogo no Camp Nou. Era muito bonito jogar lá como atleta e será o mesmo como treinador”, disse o técnico italiano de 41 anos, que está em seu primeiro trabalho na nova função.

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