LAÍSSA BARROS E CLÁUDIA COLLUCCI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) e a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), anunciaram, nesta sexta-feira (17), que recomendaram aos planos de saúde a suspensão temporária, por 90 dias, dos reajustes anuais de mensalidades por conta da pandemia do coronavírus.

A medida, que conta como apoio da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefício), valerá a partir de 1° de maio até 31 de julho e inclui planos médico-hospitalares individuais, coletivos por adesão (de sindicatos e associações) e de pequenas e médias empresas com até 29 vidas cobertas.

Segundo as associações, a decisão contempla tanto os reajustes anauis, que acontecem a cada 12 meses de contrato, quanto os aumentos por mudança de faixa etária.

FenaSaúde e a Abramge afirmam que caberá a cada operadora informar a seus clientes os procedimentos para a implantação da suspensão, além de explicar a eles como será feito o pagamento dos valores que deixaram de ser cobrados durante os 90 dias, já que será feita uma prorrogação do reajuste e não um abatimento.

Leia também:   Dom Aldo foi transferido para UTI em razão dos procedimentos necessários ao tratamento de pneumonia

Segundo compromisso assumido pelas empresas, o pagamento desses valores ocorrerá a partir de outubro de 2020 e poderá ser dividido em três parcelas.

Para o advogado Rafael Robba, especializado em direito à saúde e sócio do escritório Vilhena Silva Advogados, a medida, aparentemente, é benéfica para o consumidor em um momento econômico delicado, mas ela esconde um problema que será evidenciado após o período de 90 dias. Segundo o advogado, o acúmulo dos valores pode ter grande impacto no bolso dos clientes, causando até a saída do convênio médico.

“Sabemos que esses reajustes não possuem nenhuma regulamentação da ANS e as operadoras não apresentam, com transparência, os índices usados para calcular o valor aplicado. Muitos usuários serão surpreendidos com mensalidades onerosas e ficarão em dívida com as operadoras.”

Robba lembra ainda que, recentemente, alegando prioridade no combate ao coronavírus, as operadoras conseguiram a liberação da ANS para ter acesso a parte do Fundo Garantidor, além de prorrogarem prazos máximos para atendimentos, exames e suspender cirurgias eletivas, por exemplo. Com os custos reduzidos, ele acredita que as operadoras deveriam abater o valor no reajuste para o consumidor.

Leia também:   CRE de São Mateus oferece tratamento gratuito para dores crônicas

“Agora, é o momento em que as operadoras deveriam repassar todas as vantagens que receberam durante essa pandemia em forma de reajuste aos beneficiários. A ANS, que permitiu diversas facilidades às operadoras, deveria agir para evitar novas condutas abusivas, como os altos índices que sempre foram aplicados sem nenhum questionamento.”

COMPARTILHAR

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here