Para quem trabalha com cerâmica, o ápice da criação artística é a abertura do forno. E compartilhar este momento mágico com os próprios ceramistas e ativistas culturais é um dos objetivos da Casa de Troca, localizada no Bosque da Praia, na Ilha de Guriri. Sob a orientação de Shila Joaquim, foram realizadas duas cerimônias neste final de semana na Casa de Troca. A primeira, a queima, aconteceu no sábado (17), entre 13h30 e 20h. O segundo momento foi a abertura do forno com sarau da queima, que aconteceu no domingo (18), entre 16 e 19 horas.

Numa mistura de artes, cerâmica atraiu literatura, música, dança e folclore.

Para Shila, mestranda em Educação Básica na área de práticas pedagógicas, esses momentos de queima e de abertura do forno são realmente muito especiais, inclusive para os ceramistas. “Porque não sabe o que vai acontecer, o que vai sair do forno. A abertura é muito importante porque coroa todo o trabalho do ceramista, que começa com o barro, pegando o material na natureza, depois dando a ele formas. E para coroar esse momento, nada melhor do que fazer um sarau, e este é o papel da Casa de Troca” – explicou.

No ritual, também houve momentos para declamações de poemas e apresentações culturais dos grupos Coco da Ilha, com Mariana Andrade de Sara Batista, e Marujada de Cabloco, de Eduardo Ojú e Thais Ximenes.

Shila afirma ainda que a Casa de Troca, além de oferecer um espaço de economia solidária, é também responsável por fomentar o surgimento de mais ceramistas na região e pela formação de professores. Na cerimônia de queima deste final de semana, ela explica que participaram trabalhos de seis ceramistas do projeto que fizeram desde pingentes até esculturas de camponeses da região, tigelas, barris, bules e moringas.

De acordo com Shila, foi feita a queima de cerca de 40 objetos em cerâmicas pelos ceramistas Eduardo Ojú, Jeferson Pessoa, Flavio, Maria Soares, Sara Batista e Mariana Andrade. A artista destaca que a Casa de Troca é um espaço para a formação de novos artistas e para a comercialização, por preço solidário, das peças produzidas pelos ceramistas. Também é um espaço para compartilhar as técnicas de artes, além de oferecer cursos, inclusive em algumas comunidades, de forma voluntária ou com o pagamento de pequenas taxas que ajudam na manutenção do projeto.

Exposição das 40 peças produzidas na fornada pelos ceramistas Eduardo Ojú, Jeferson Pessoa, Flavio, Maria Soares,
Sara Batista e Mariana Andrade.
Numa mistura de artes, cerâmica atraiu literatura, música, dança e folclore.

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