ISABELA BOLZANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo estima que projetos do PPI  (Programa de Parcerias de Investimentos)  podem ampliar o ingresso de capital estrangeiro no Brasil.
Segundo o subsecretário de investimentos estrangeiros do ministério da Economia, Renato Baumann, no biênio 2018 e 2019, o Brasil recebeu US$ 78 bilhões e uma quantia similar, na casa de US$ 80 bilhões, pode ingressar nos próximos dois anos.
O PPI, no entanto, teria potencial para incrementar esse valor, pois, ele destaca, já existem vários projetos listados e que já possuem, inclusive, valores projetados para a licitação.
“Isso aumenta a expectativa [para ingresso de investimentos]. São vários projetos: aeroportos, ferrovias, na área de energia, de gestão de comunicação, portos, rodovias, que podem ser licitados”, disse Baumann.
Segundo ele, caso todos os projetos de PPI sejam licitados e o investimento estabelecido seja cumprido, o Brasil receberia US$ 14 bilhões. “Isso seria o equivalente a 18% do total de investimento externo no Brasil em 2019”, afirmou durante o debate Perspectivas do Investimento Estrangeiro no Brasil, promovido na Fundação Fernando Henrique Cardoso nesta terça-feira (18), em São Paulo.
Ele também afirma que as expectativas são boas para as cinco privatizações previstas: a casa da moeda, o Emgea (Empresa Gestora de Serviços), a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias), a Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais) e a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) . “Esse cenário, se confirmado, pode trazer impacto positivo”, afirmou.
Um ponto preocupante, no entanto, é o fato de o capital externo ter priorizado, nos últimos anos, o setor de serviços em detrimento da indústria.
“É preocupante a concentração em serviços, principalmente em energia. Em algum momento, eles precisarão de câmbio para remeter lucros. Se o dinamismo do comércio internacional se mantiver baixo, isso causar algum problema com a balança comercial e esses investidores do setor [de serviços] começarem a demandar retorno, isso vai acender uma luz amarela”, afirmou o subsecretário.
Em seu balanço, Baumann também destacou o baixo investimento na criação de empresas novas, os chamados greenfields. “Apenas 15% de todo o montante que entra é em greenfield. Todo o restante é em compra de empresas já existentes [brownfield], o que não é de se esperar num momento de recuperação”, diz.

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