EDUARDO SODRÉ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Abril terminou com 185,4 mil veículos leves e pesados produzidos no país. O número representa uma queda de 2,9% em comparação ao mesmo mês de 2021, segundo a Anfavea (associação das montadoras).

Na comparação entre o primeiro quadrimestre deste ano e de 2021, a fabricação caiu 13,6%. A principal razão para os resultados ruins é a falta de semicondutores, mas a combinação de crédito mais caro com a alta no preço dos carros também leva à retração.

A variação entre os meses de março e abril indica estabilidade. Houve alta de 0,3%, e os movimentos de agora mostram que não deve haver melhora neste cenário.

Foto: caoachery / Divulgação

A produção no mês de maio começou comprometida devido à escassez de semicondutores. Desde segunda (9), cerca de 2.500 funcionários da Volkswagen entraram em férias coletivas na fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). A paralisação se estenderá por 20 dias.

Márcio de Lima Leite, novo presidente da Anfavea, diz que 29 novas fábricas de semicondutores estão em construção mundo afora, com inaugurações a partir do segundo semestre –espera-se que todas estejam em funcionamento até o fim de 2023. Segundo o executivo, esse aumento da produção deve regularizar o fornecimento desses itens.

Em Jacareí (interior de São Paulo), o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região segue negociando a manutenção de empregos com a Caoa Chery. Na semana passada, a montadora anunciou o fechamento da unidade e o investimento em carros híbridos e elétricos.

Em um comunicado, a empresa disse que se trata de uma interrupção temporária, para readequar a planta com a intenção de produzir veículos híbridos e elétricos.

A fabricante prepara a apresentação desses modelos, que deverá ocorrer em junho. Mas, a princípio, todos serão importados da China ou montados em Anápolis (GO).

O fechamento da unidade de Jacareí vai impactar o nível de empregos diretos nas empresas do setor. Hoje há 101,7 mil trabalhadores nas montadoras, o que significa queda de 2,9% na comparação com abril de 2021.

As vendas seguem em um ritmo lento de crescimento ao longo de 2022, mas ainda distante de recuperar as perdas em relação a 2021.

Foram comercializadas 147.256 unidades no último mês, alta de 0,3% em relação a março, que teve dois dias úteis a mais. Os dados são baseados no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).

Em relação a abril de 2021, houve queda de 15,9% na comercialização de veículos. O primeiro quadrimestre encerrou com 552.924 unidades licenciadas, o que significa retração de 21,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

“A partir do segundo semestre, há uma expectativa de crescimento, que pode recuperar o que foi perdido nos últimos meses”, diz o novo presidente da Anfavea.

As exportações passam por um momento de retomada, com alta de 17,9% na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2021 e 2022. No total, foram enviadas 152,9 mil unidades ao exterior, prioritariamente a países do Mercosul.

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