BERNARDO CARAM
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou nesta sexta-feira (24) pedido de renúncia ao cargo. A decisão foi comunicada em fato relevante apresentada ao mercado.

O aviso a investidores afirma que o pedido foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A saída do posto será efetivada a partir de agosto, “em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado”.

De acordo com o fato relevante, a decisão foi tomada “entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.

Segundo a nota, sendo aceita a renúncia, a indicação do novo dirigente seguirá o estatuto social do banco, que estabelece que o presidente da instituição é nomeado pelo presidente da República.​

Auxiliares de Guedes afirmam que Novaes, que tem 74 anos, demonstrava cansaço e teria feito o pedido para ficar perto da família no Rio de Janeiro.

Em reunião fechada no Palácio do Planalto no dia 22 de abril, que veio a público após decisão judicial, Guedes dedicou parte de sua fala para fazer declarações duras em relação ao Banco do Brasil, defendendo sua privatização.

“É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDES e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”, afirmou Guedes.

O assunto sobre a privatização do banco ocorreu ao fim da reunião. Bolsonaro questionou Rubem Novaes, presidente da instituição, se ele não teria nada para falar.
Guedes tomou a palavra e aproveitou para defender a privatização do BB.

“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: ‘bota o juro baixo’, ele: ‘não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam’. Aí se falar assim: ‘bota o juro alto’, ele: ‘não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, defendeu o ministro.

Ao longo da conversa, Novaes falou sobre a importância da instituição na agriculta, mas depois foi estimulado pelo chefe da equipe econômica a defender a privatização do banco.

Guedes pediu que o presidente do BB “confesse seu sonho” sobre o tema.

Bolsonaro, reticente à agenda privatista, interrompeu e disse, na ocasião: “Faz assim: só em 2023 cê confessa, agora não”.

COMPARTILHAR

1 COMENTÁRIO

  1. Já era para ser privatizado a muito tempo. O Governo tem que se preocupar é com a Saúde, a Segurança e a Educação do cidadão. Tem que haver reformas na constituição, principalmente na parte Jurídica, com leis mais severas, escolha de componentes do STF por concurso, etc.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here