A Petrobras confirma que iniciou em 1º de abril a operação de remoção das estruturas das três plataformas fixas do campo de Cação, no litoral de São Mateus, as denominadas PCA-01, PCA-02 e PCA-03.

Vídeo cedido por Carlos Jaques Mazzei Ferreira

A Rede TC de Comunicações recebeu informações de pescadores de que os trabalhos estão em ritmo acelerado e que a parte superior das plataformas já estaria desmontada. Os pescadores que entraram em contato com a Reportagem afirmam que o serviço está sendo feito rápido para “que não dê tempo de alguém reclamar”.

Em fevereiro deste ano, o deputado federal Josias da Vitória, acionado por pescadores de Uruçuquara e Barra Seca (São Mateus) e Pontal do Ipiranga (Linhares), e empresários, foi até a sede da Petrobras pedir que a estatal não retirasse do litoral do norte capixaba as plataformas de Cação.

O parlamentar destacava que, apesar da estrutura não operar desde 2010, elas serviam como um recife artificial, atraindo diversas espécies de peixes.

Em 1º de maio de 2019, Reportagem da TC mostrou que o gestor ambiental Eduardo Rodrigues da Cunha, o Duzinho, tentava convencer a Petrobras a afundar a plataforma em Uruçuquara, formando um recife artificial.

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Duzinho manifestava que a criação de um sistema de recifes artificiais tinha o objetivo de criar um local que serviria de laboratório marinho para a comunidade acadêmica, além de fomentar o turismo e se tornar um ambiente de refúgio da vida marinha, permitindo geração de emprego e renda para pescadores. Na mesma Reportagem, o médico dermatologista e pescador por hobby, Carlos Jaques Mazzei Ferreira, de Linhares, também defendia o afundamento da plataforma.

Pescadores que trabalham nas proximidades das plataformas reivindicavam o afundamento das estruturas para transformá-las em um recife artificial. Foto: Petrobras/Divulgação

Estatal diz que remoção segue aspectos ambientais e de segurança

Em resposta à Rede TC de Comunicações, a Petrobras não se posicionou diretamente sobre a reivindicação dos pescadores e ambientalistas da região para que as plataformas fossem afundadas, transformando-as em recifes artificiais.

A estatal limitou-se a afirmar que a remoção faz parte do processo de descomissionamento do Campo de Cação. “Essa atividade segue as determinações dos órgãos reguladores e foi planejada ao longo dos últimos anos levando em consideração os aspectos ambientais e de segurança” – sustenta.

A Petrobras acrescenta que o serviço é executado através de contratos de Engenharia, Preparação, Remoção e Disposição (EPRD), “com a garantia de encaminhamento dos materiais recicláveis para reaproveitando e correta destinação dos resíduos”.

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PLATAFORMAS

Conforme já relatado pela Rede TC, o Campo de Cação, em águas rasas, ficou em operação por 32 anos, com a primeira produção de óleo em 1978. O ciclo de produção foi encerrado em 2010 e o projeto de desativação e remoção das estruturas foi aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, pelo Ibama e pela Capitania dos Portos do Espírito Santo.

O Campo de Cação iniciou a operação em 1978 e o ciclo de produção se encerrou em 2010. Foto: Divulgação

A Petrobras está cada vez mais encerrando as atividades em São Mateus, também vendendo os campos terrestres. Números não oficiais indicam que hoje tem aproximadamente 10 a 15 funcionários próprios da Petrobras trabalhando na Base 61, de São Mateus. Alguns funcionários estão sendo transferidos  para trabalhar na Estação Fazenda Alegre, mesmo em escritório. Alguns foram para Vitória, Macaé e outras unidades.

 

Foto de destaque: Divulgação

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