quinta-feira, novembro 13, 2025
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PADRE ERNESTO ASCIONE – Fiéis defuntos

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Padre Ernesto Ascione

Hoje, somos convidados em atitude de gratidão a meditar sobre a vida, que passa, e a fazer memória sobre aqueles que “nos precederam com o sinal da fé e dormem o sono da paz”. “Não estejam tristes como os outros, que não têm esperança” – exorta Paulo. Existem crenças supersticiosas e vários sincretismos mitológicos a respeito do mistério da morte. A Igreja, comemorando os fiéis defuntos, quer evangelizar este momento tão importante da nossa vida humana e orar pelos defuntos.

Diz o livro da Sabedoria: “Deus não fez a morte: ela veio por causa do inimigo de Deusfomos criados para a imortalidade”. Na Última Ceia, aos discípulos, tristes pelo anúncio de sua próxima departida, Jesus os consola: “Vou preparar-vos um lugar, para que onde Eu estiver, estejais vós também”. À Marta, disse: “Eu sou a Ressurreição e a Vida: quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem vive e crê em Mim jamais morrerá”. São Paulo afirma: “Como Cristo morreu e ressuscitou, nós, também, por Ele, morremos e ressuscitamos.”

“A morte foi tragada pela vitória, –diz ainda o Apóstolo–, ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? Sejam dadas graças a nosso Senhor Jesus Cristo, que nos partilhou Sua vitória!”. Cristo deu um novo sentido à morte: “Ao morrer, Jesus matou a morte, –diz Santo Ambrósio–, que matava a vida”. A oração da Igreja, pelos defuntos, está repleta de humana suavidade e divina certeza: “Ó Pai, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas, transformada, e, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus um corpo imperecível”. Nascemos duas vezes: a segunda é para sempre. A morte é uma vitória com aparência de derrota; não é o fim de um livro, mas de um capítulo.

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Pela Comunhão dos Santos, há um vínculo estreito entre nós, que peregrinamos nesta Terra, e os que já alcançaram a vida imortal. A fé na vida eterna confere uma coragem suplementar para amar a vida e trabalhar para construir um mundo novo, prefiguração da cidade celeste. A vida humana é como uma sombra, um sopro e um debruçar-se de uma janela. Cristo transformou a sombra em luz; o sopro em vida eterna e a olhada de uma janela na visão beatífica de Deus: O veremos face a face, no céu.

Bem-aventurados os mortos, que morrem no Senhor, –diz o Apocalipse–, eles vão descansar de seus trabalhos e suas obras os seguirão”. Jesus, do alto da Cruz, dirige ao malfeitor palavras que gostaríamos nós também de ouvir um dia: “Em verdade, Eu te digo: hoje, estarás comigo no paraíso”. Cristo transformou, assim, a morte em ressurreição e vida imortal.

A morte é como um pedágio a pagar –devido ao pecado–, que nos abre as portas da visão de Deus, Uno e Trino: Ele nos espera, no limiar de Sua Casa, de braços abertos, com todos os Seus anjos e os Seus santos, para nos introduzir no Seu Reino de vida e felicidade eterna.

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(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano.)

 

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