Na Quaresma deste ano, está se realizando a 5ª Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), cujo tema é: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz; do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14). Iniciativa da Igreja Católica, a CF vem se realizando todos os anos desde 1964. O projeto de uma CFE era um sonho, acalentado desde 1980, que parecia irrealizável, concretizou-se, porém, no ano de 2.000, na aurora do novo milênio da fé.

A primeira CFE gerou muitos frutos: um deles foi a primeira Jornada Ecumênica, realizada em Mendes – RJ. Outro fruto foi a Campanha pelo Jubileu 2.000, em que cresceu a compreensão de que a evangelização é, antes de tudo, fixar o nosso olhar em Cristo, manso e humilde, e segui-Lo, superando o espírito de arrogância, que leva ao exclusivismo das identidades confessionais.

Foram realizadas mais três CFE. Em 2005, o tema foi: “Solidariedade e Paz: Felizes os que promovem a paz”. Deu um importante contributo para o desarmamento da população. “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24): foi o tema bem bíblico, que inspirou a CFE de 2010, cujo tema foi “Economia e Vida”.

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Lembrou-nos que “a economia precisa estar voltada para o bem comum e que ela é um meio para permitir aos seres humanos viverem com qualidade de vida. É necessário que todas as pessoas tenham acesso ao trabalho, à moradia, à educação, à saúde e ao lazer. Sempre que um sistema econômico afirma que o lucro é mais importante do que a vida, se revela anti-humano e anticristão, pois coloca a riqueza no lugar de Deus, que é vida e amor.

Em 2016 teve a quarta CFE, cujo tema foi: “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça como um riacho, que não seca” (Am 5, 24). Contribuiu para denunciar o escândalo da ausência do saneamento básico nos bairros periféricos em nosso país e quis afirmar que a água potável de qualidade, como o saneamento básico, são direitos humanos, que não podem ser privatizados.

Cada uma dessas Campanhas sinalizou que o diálogo, além de ser uma exigência da fé cristã, nos impele realizar em nossa vida uma conversão contínua e progressiva para o bem e a verdade e que ele, também, está na raiz da nossa convivência democrática, que é plural e multirracial:  “um sonho, que sonhamos juntos, vira realidade”.

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Jesus nos libertou dos “espíritos malignos”: arrogância, medo, hipocrisia, egocentrismo, mentira, injustiças, racismo, cobiça, nacionalismo e violência.

Exerceu sua autoridade não para dominar e oprimir, mas para servir, até doar sua vida e fazer crescer os valores humanos na cultura dos povos, dando à humanidade uma lei, que não é um peso, mas uma asa, que eleva e dignifica o ser humano. Educou, enfim, seus discípulos para assumir os valores da verdade, igualdade, liberdade e fraternidade, sinais do Reino de Deus, que ele veio fundar na história humana.

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(*Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano e vigário cooperador da paróquia São José, Serra-ES.)

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