sábado, julho 12, 2025
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“O que sabíamos cultivar era café”, afirma Wenceslau Altoé

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Wenceslau Altoé esteve pela primeira vez em Jaguaré em 1953, mas se mudou definitivamente para o município apenas sete anos depois, em 1960. Com os pais, a esposa Verônica e os irmãos, todos vindos de Cachoeiro de Itapemirim, aos 23 anos chegou na região para trabalhar em uma lavoura de café que haviam adquirido na época.

“O que sabíamos cultivar era café e quando viemos para cá, trouxemos a planta. Há algum tempo me perguntaram: o senhor sabia que ia dar café aqui? Eu não sabia nada. Era tudo mato. Sabia que dava mandioca, milho, feijão, que os poceiros que tinham aqui cultivavam. Aí, nós trouxemos a nossa planta. Fomos aventureiros. Se der certo, deu! E deu certo, mas era o café arábica” – afirma.

O agricultor lembra que depois de um tempo, em 1965, começaram a criar gado, atividade que a família manteve até a década de 1990. “Teve uma época em que o café arábica ficou ruim para os negócios, não tinha preço e o governo pagava para arrancar o café. Foi um período em que Jaguaré desenvolveu bastante a pecuária”. Neste sentido, a partir da década de 90, surgiu o incentivo para o plantio do café conilon.

Wenceslau Altoé e Verônica Calvi Altoé residem em Fátima desde 1960 onde formaram a família com muitos filhos, netos e bisnetos.
Foto: Divulgação

“O café é o que mais produzimos em Jaguaré. É o forte do município. Dá muito emprego. Hoje em dia, estão mecanizando muito, facilita, mas ainda assim temos muita mão de obra. Aqui estamos testando alguns tipos de máquinas, mas ainda não é cem por cento” – reforça.

Na propriedade, além do café conilon, atualmente cultivam também pimenta do reino.

 

FAMÍLIA GRANDE

Depois da chegada a Jaguaré, Wenceslau e Verônica sempre residiram na região de Fátima e tiveram oito filhos: Olívio, Celestino, Silvestre, Jesué, Aldo, Teonila, Rute e Naldia. Atualmente a família cresceu anda mais e já são 16 netos e 4 bisnetos.

“Quando cheguei a Jaguaré, deveria ter no máximo umas 15 famílias. Todos sabiam trabalhar na cultura de café e foi por isso que expandiu” – frisa.

Ele recorda que na mesma época já estavam instaladas no município as famílias Carminati, oriundas de Guarapari, Valfré, de Cachoeiro de Itapemirim, Coco, de Castelo, além de Falchetto, Cescon, Sossai, entre outras.

Segundo Wenceslau Altoé, outra dificuldade da época era a deficiência de estradas. “Era preciso abrir estradas na mão, no braço. Não tinha as tecnologias das máquinas de hoje. O nosso transporte era cavalo, bicicleta. Era serviço pesado e muito trabalho” – recorda.

 

Semana Cultural Italiana

 

Na opinião de Wenceslau, a Semana Cultural Italiana realizada pela Associação de do Movimento Italiano de Jaguaré (Amitaj) é importante para que os mais jovens conheçam a história, lutas e vitórias do desenvolvimento do município.

“É bom para que os que têm menos de 50 anos saibam como surgiu Jaguaré. As primeiras famílias todas são descendentes de italianos. Gente que chegou disposta a trabalhar, pegar no pesado. O município desenvolveu por causa dessas pessoas com coragem para trabalhar. Jaguaré não nasceu grande, teve muito trabalho pesado. Os aventureiros que enfrentaram no começo. Caso contrário, não teríamos o que temos hoje” – afirma.

Foto do destaque: Divulgação

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