NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (3) que o novo acordo discutido pela pasta junto à Pfizer para obter mais 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid “está na iminência de ser fechado”.

Segundo o ministro, deste total, 35 milhões de doses podem estar disponíveis em outubro.
“Temos um contrato com a Pfizer na iminência de ser fechado de 100 milhões de doses de vacinas. O Brasil terá à disposição 200 milhões de doses da Pfizer, o que equivale a imunizar metade de população e, ainda neste ano, porque esse segundo contrato prevê para o mês de outubro já 35 milhões de doses”, afirmou.

Atualmente, o governo já tem um contrato que prevê 100 milhões de doses pela farmacêutica. O primeiro acordo foi assinado em março, após meses de discussões e negativas de propostas anteriores feitas pela empresa.

A declaração sobre o novo acordo ocorreu durante um evento na Fiesp, em São Paulo, para discutir propostas para a área da saúde.
No encontro, com participação de empresários do setor, Queiroga voltou a reforçar a meta de vacinar toda a população ainda em 2021, mas frisou dificuldades atuais.

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“Estamos muito entusiasmados com a perspectiva de vacinar a população até o final do ano. Isso é totalmente plausível. Temos 38 mil salas de vacinação e a capacidade é de vacinar 2,3 milhões de brasileiros por dia. Não estamos fazendo isso ainda porque não temos vacina”, afirmou, citando que a previsão é que haja mais doses com o novo contrato e aumento na produção da Fiocruz no terceiro trimestre.

Ele rebateu críticas sobre a falta de doses da Coronavac, o que já leva ao menos nove capitais a suspenderem a aplicação da segunda dose desta vacina em campanhas de imunização.
“Desde sexta [quarta] até hoje, foram distribuídas 17 milhões de doses de vacinas. Isso mostra o trabalho que o governo tem feito para acelerar a campanha de vacinação. Pena que essa ação seja relativizada em função de um eventual atraso de imunizante”, disse.

“[O atraso] não ocorre pelo Butantan, mas por atraso na chegada de IFA [insumo usado na fabricação]. Não é por problema diplomático, mas até, às vezes, por questões administrativas e logísticas próprias da China. Essa insistência em relativizar as ações do nosso SUS não ajuda em nada”, afirmou.

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Ao comentar outros temas na saúde, Queiroga disse, sem entrar em detalhes, que o governo pretende colocar em consulta pública novas propostas para a saúde suplementar. Ele fez críticas ao reajuste aplicado por parte dos planos de saúde na pandemia.

“Não é função do Ministério da Saúde intervir em política de preço. Não quero e não é minha função, mas também não podemos achar que é normal determinadas seguradoras, num contexto pandêmico, querendo reajustar plano de saúde em 30%”, disse.

Ele sugeriu que o setor seja envolvido em discussões sobre vacinas. “Por que não discutir vacina na saúde suplementar? Será que vacinando não evita internação, e diminui custos?”, questionou.

Ainda no evento, o ministro defendeu o que chamou de “reforma do SUS” após a pandemia. “Temos que sair dessa situação com a certeza de que temos que reformar o SUS. Esses hospitais com menos de 50 leitos não têm eficiência nenhuma na assistência”, disse ele, que também defendeu o aumento na participação da enfermagem na atenção primária e oferta de recursos de telemedicina.

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Queiroga também admitiu que a pasta terá dificuldades com o Orçamento deste ano, mas disse que o tema tem sido tratado com o Ministério da Economia. “O Orçamento é insuficiente para encobrir todas as nossas necessidades, mas o ministro Paulo Guedes me disse que fará modificações para que não falte dinheiro para a saúde.”

 

Foto do destaque: TC digital

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