CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A poucos dias da morte de Elis Regina (1945-1982) completar 40 anos, a cantora Maria Rita, filha da artista, 44, fez um longo desabafo no Twitter sobre as comparações e os ataques que recebe desde o início de sua carreira musical.

“Não a imito. Eu não lembro de minha mãe. Zero lembrança. Eu não cresci com Youtube. Não tinha documentários. Então não a imito”, disse.
Maria Rita tinha 4 anos quando Elis morreu, no dia 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, em São Paulo. Ela foi criada pelo pai, o pianista e arranjador César Camargo Mariano, e começou a cantar profissionalmente em 2002, aos 24 anos.

“Acho curioso quando dizem que têm ranço de mim porque eu dizia que não gostaria que me comparassem a minha mãe (no início da minha carreira), mas gravei um disco/dvd em homenagem a ela (dez anos depois)”, afirmou, em seu desabafo.
O disco “Redescobrir”, citado por Maria Rita, foi gravado no show de mesmo nome que percorreu o Brasil entre 2012 e 2013 em homenagem a Elis e ganhou o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. A artista ganhou outras sete estatuetas em formato de gramofone ao longo da trajetória.

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Nesta quarta-feira (12), ela disse que não queria as comparações por dois motivos principais: gostaria de ter as próprias conquistas e acha que é impossível alguém se comparar a Elis.

 

Elis Regina em meados da década de 1970.
Foto: Wikipédia/Reprodução

“Ninguém se compara à incomparável. Ninguém”, afirmou.
Maria Rita criticou quem exalta uma mãe com ataques à filha. “Faz isso não. É feio. Ninguém gostaria de passar por isso, principalmente uma mãe”, disse. “A não ser que a mãe fosse meio psicopata, o que definitivamente não era o caso da minha”.

A cantora também explicou as diferenças entre a voz dela e a de Elis. “Minha voz é mais grave e mais ‘suave’. Eu sou alto/contralto, minha mãe (era) alto/soprano”, detalhou. “Vale dar uma estudada para entender que, por causa disso, nossas extensões são diferentes. Mas tem maestro que diz que minha extensão é incrível”.

A artista falou ainda sobre as diferenças entre as duas nas interpretações das canções. “As dela são e sempre serão infinitamente melhores do que as de qualquer cantora. Não só euzinha aqui”, opinou.

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Na publicação curtida por milhares de pessoas, Maria Rita contou que não pensa na mãe quando está no palco. “Só penso em sobreviver. Foco na canção”.
“Eu não quero ser igual a minha mãe. Eu só quero buscar alguma paz dentro desse cenário onde a Elis é de todos, mas a mãe é minha”, concluiu. “Aliviem aí”.

A cantora recebeu a solidariedade de famosos como a jornalista Maju Coutinho (Fantástico), o ativista Preto Zezé e a atriz Maria Bopp. Muitos fãs também se manifestaram.

Ao agradecer alguns dos apoios, Maria Rita disse que está cansada dessa situação e lembrou que lida com isso há 20 anos.
Elis teve três filhos: o produtor musical e empresário João Marcelo Bôscoli, 51, o cantor Pedro Mariano, 46, e Maria Rita. João Marcelo é filho do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli. Pedro e Maria Rita de César Camargo Mariano.

“No meu caso é mais delicado por eu ser a única filha mulher e cantora. E me pareço bastante com ela em diversos aspectos”, analisou a artista.
Maria Rita mantém algumas músicas gravadas pela mãe em seu repertório.

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No show Samba de Maria, por exemplo, ela canta “Tiro ao Álvaro” (Adoniran Barbosa), “Mestre sala dos mares” (Aldir Blanc e João Bosco) e “O bêbado e a equilibrista” (Aldir Blanc e João Bosco). No espetáculo Voz e Violão ela inclui “Como os nossos pais” (Belchior) e “Romaria” (Renato Teixeira).

 

Foto do destaque: Reprodução

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