quarta-feira, novembro 12, 2025
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Neurologista afirma que a prevenção pode reduzir em até 80% a chance de ter AVC

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Por

Tatiana Milanez

Repórter

Doença responsável pela morte de uma pessoa a cada 6,5 minutos no Brasil –segundo dados da consultoria especializada em gestão de saúde Planisa–, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) possui causas ligadas à idade e ao gênero, além de razões que têm condições de serem evitadas, como o colesterol, o tabagismo e a obesidade. Segundo o neurologista Gustavo de Andrade Gomes, a prevenção pode reduzir em até 80% a chance de um paciente ter um derrame.

Em entrevista à Rede TC de Comunicações, Gustavo Gomes explica que a prevenção primária –caso do paciente que não teve um AVC– consiste na realização de exames de rotina, atenção às taxas de colesterol, triglicerídeos e glicose, por exemplo. “Além de evitar práticas como o consumo de cigarro, abuso de álcool e praticar exercícios aeróbicos 150 minutos por semana. Se a pessoa consegue ter esses cuidados, a estatística fala de redução em até 80% de chance de um paciente ter um AVC” – sustenta, acrescentando que homens e pessoas idosas têm mais probabilidade de terem a doença.

Neurologista Gustavo de Andrade Gomes: “Notei que após a Covid-19 as pessoas estão indo mais ao médico de forma preventiva, buscando fazer um check-up. Eu acho que isso é legal. Isso é promoção e prevenção. Assim a doença diminui”.
Foto: Divulgação

Conforme o médico, a outra forma de prevenção é a secundária, com o paciente que já teve o derrame e busca o tratamento. Essa fase, segundo Gustavo, já é prevenção com remédio, fisioterapia e acompanhamento para evitar que ocorra um segundo AVC, considerando que esse paciente tem mais chances de ser novamente acometido.

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De acordo com o profissional, tanto a mortalidade quanto a morbidade –ou seja, as sequelas– provocadas pelo AVC são altas, citando, entre as principais: motoras, quando ocorre a perda da força de um lado do corpo, e cognitivas, sendo que, segundo Gustavo, no caso de idosos, pode ocorrer a demência vascular e epilepsia.

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Conforme o neurologista Gustavo de Andrade Gomes, a literatura médica demonstra que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é mais comum entre os homens, mas salienta que mulheres mais jovens, que têm práticas de tabagismo e fazem uso de anticoncepcionais, possuem chances maiores de ter um derrame. Ele reforça que a prevenção é a melhor política a ser adotada para evitar a doença.

A Sesa registrou 121 internações em razão de AVC em São Mateus de janeiro a agosto deste ano.
Tânia Rêgo-ABr/Divulgação

O profissional afirma que percebeu uma mudança de comportamento da sociedade nos últimos anos. “Notei que, após a Covid-19 [pandemia do novo coronavírus], as pessoas estão indo mais ao médico de forma preventiva, buscando fazer um check-up. Eu acho que isso é legal. Isso é promoção e prevenção. Assim a doença diminui. Acho que é como a gente pode chegar um dia a ter menos morte por AVC” – complementa.

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Principais sintomas

 

De acordo com o neurologista Gustavo Gomes, os sintomas do AVC variam dependendo da área do cérebro afetada. Ele destaca que, de modo geral, a doença apresenta sintomas como perda de força ou dormência em um lado do corpo, dificuldades de falar ou compreender a linguagem, alterações visuais, tonturas, falta de equilíbrio, dor de cabeça e dificuldade para engolir. Em caso de AVC agudo, o profissional cita possibilidade de haver confusão mental e desorientação.

Gustavo frisa que, ao observar os sintomas, é imprescindível buscar ajuda médica imediatamente, acionando o Samu 192 ou se deslocar a um hospital para ser submetido à atendimento médico. Ele explica que, quanto mais tempo o paciente com sintomas de AVC ficar sem ser atendido, mais o cérebro vai perder oxigenação e também tecido cerebral, o que potencializa o risco de sequelas permanentes.

“Quanto mais rápido o paciente chegar a unidade hospitalar e realizar um exame clínico e fazer uma tomografia, é o mais recomendado. A tomografia é o exame mais imediato para definir se o AVC é uma isquemia ou se ele é uma hemorragia – o que vai determinar qual o tratamento deve ser realizado. O paciente, ao perceber esses sintomas, não pode ficar esperando” – complementa.

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Internações por AVC em São Mateus e no ES

 

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), entre janeiro e agosto deste ano, ocorreram 121 internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) em São Mateus, cinco a mais que o mesmo período de 2024, quando foram registradas 116. Em 2023, foram 130 atendimentos do tipo no período. Conforme a Sesa, considerando o ano de 2024, foram computadas 169 internações em razão de AVC no Município, enquanto 191 em 2023.

Já no Espírito Santo, de janeiro a agosto deste ano, foram 4.410 atendimentos com internação por conta de derrames. No mesmo período do ano passado, a Sesa registrou 4.175 internações no Estado e 4.251 em 2023. Ao longo do ano de 2024, o número de internações por AVC chegou a 6.502 no Espírito Santo. Já em 2023, foram 6.378 casos.

 

Foto do destaque: Tânia Rêgo-ABr/Divulgação

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