DEMÉTRIO VECCHIOLI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma onda fortíssima de Covid-19 está atingindo boa parte do mundo, o Brasil inteiro, e o esporte não está protegido. Na Superliga de Vôlei, quase todos os jogos marcados para as duas primeiras semanas do ano sofreram adiamento por causa de surtos nas equipes. Mas, no NBB, as partidas têm sido mantidas, mesmo com elencos bastante desfalcados.

Na segunda-feira (10), o São Paulo visitou o Rio Claro, que já havia perdido dois jogos por W.O. por falta de atletas, com apenas seis jogadores à disposição. Dois deles foram excluídos por cinco faltas, e, assim, o time paulistano jogou parte da prorrogação com somente quatro atletas em quadra e, apesar de ser um dos candidatos ao título, perdeu para um rival da parte de baixo da tabela.

A situação, atípica no esporte, não é inédita neste NBB. Na semana passada, o Paulistano levou só sete atletas para enfrentar o Bauru e, também por exclusões, terminou o jogo com quatro jogadores em quadra. Depois, no domingo (9), foi o Bauru que enfrentou o Minas tendo apenas sete jogadores à disposição. Por causa de um surto de Covid, o Rio Claro deu W.O. contra a Unifacisa e contra o Fortaleza/Basquete Cearense, na semana passada.

Foto: Washington Alves/COB

Segundo maior pontuador da história da liga, Marquinhos, agora no São Paulo, usou as redes sociais para reclamar antes mesmo da partida diante do Rio Claro. “Após vários times, inclusive o nosso, terem diversos jogadores afastados por testarem positivo para o Covid, prejudicando o espetáculo como um todo, não seria o momento de a LNB (Liga Nacional de Basquete) avaliar uma pausa no campeonato, pensando na preservação dos atletas e de todas as pessoas envolvidas nas pessoas e nas viagens?”, questionou.

Bruno Caboclo, colega de Marquinhos no São Paulo e afastado por Covid, sugeriu uma solução: “Contrato de 10 dias no NBB”, postou no Instagram.

Apesar disso, a possibilidade de a sugestão de Marquinhos ser adotada pela liga é baixa. Até aqui, apesar dos desfalques e dos dois W.O.’s do Rio Claro, nenhum clube propôs isso. A associação de jogadores, que também tem voz no conselho, não havia iniciado essa discussão ao menos até o meio da tarde de segunda.

Ainda assim, o tema estará em pauta na próxima reunião da LNB, na quinta (13), quando clubes e jogadores serão convidados a opinar. Para reduzir a chance de W.O., a liga já abriu mão da regra que exige no mínimo dez atletas na súmula, e reduziu de dez para sete dias o período obrigatório de quarentena para quem testa positivo. Há a possibilidade de esse número ser reduzido ainda mais, para cinco.

Diferentemente da Superliga de Vôlei, que tem no regulamento a possibilidade de um clube solicitar o adiamento de uma partida caso demonstre, por exames, ter quatro desfalques causados pela Covid, os clubes do NBB, no início da temporada, optaram por, em casos assim, manter o calendário e decretar W.O. do time incapaz de jogar.

A liga de basquete, contudo, tem um protocolo bem mais rígido de testagem, com obrigatoriedade de teste no dia do jogo. Na Superliga, atletas com duas doses de vacina não precisam ser testados nunca.

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