segunda-feira, novembro 4, 2024
InícioCidadesMontanha recebe exposição Moradores da Floresta a partir desta quinta-feira

Montanha recebe exposição Moradores da Floresta a partir desta quinta-feira

-

O município de Montanha recebe nesta quinta-feira a exposição Moradores da Floresta. Trata-se de um acerco com mais de 100 espécimes plastinados de animais silvestres e anatomia humana. “Uma experiência imersiva, em que observamos e somos observados pelos animais que moram em nossas florestas”, detalha o curador da exposição, professor doutor Athelson Steganon Bittencourt.

Em mensagem à Rede TC de Comunicações, ele frisa que a plastinação é uma técnica inovadora de preservação de tecido biológico. Segundo ele, a produção capixaba é pioneira no mundo. A exposição é aberta ao público e permanece na cidade até o dia 19. Ainda em solo capixaba, a exposição circulará também por Colatina e Vila Velha. Na sequência ela segue para Guarulhos, em São Paulo.

A visitação pode ser agendada para grupos através do endereço https://mcv.ufes.br/agendamento-para-escolas. Em cada parada da exposição será oferecido um curso de formação para professores e pedagogos da educação básica.

Segundo o curador da exposição, o objetivo vai além da simples apreciação no momento. “Em cada uma das paradas do projeto haverá a formação continuada de professores das escolas da região para que passam se apropriar e falar com mais propriedade sobre a temática da exposição e aqueles bichos, como onça, jaguatirica, anta harpia e outros, e também sobre a plastinação”.

 

E o que é plastinação de corpos?

O professor Athelson, que é coordenador do Museu de Ciências da Vida e Laboratório de Plastinação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e principal propagador da técnica no Brasil, explica: “Essa é a técnica mais moderna de preservação de tecido biológico que existe. Os egípcios já faziam a mumificação há 4 mil anos, que também é uma técnica de preservação, mas nela acontece um encolhimento dos corpos, e com o tempo, insetos e outros organismos podem se alimentar daquela matéria orgânica, mesmo que seca”.

“A plastinação resolve esse problema de outra forma. Retiramos toda a água do corpo, e substituímos por algum plástico, como silicone, poliéster, epóxi –isso pode variar de acordo com a técnica usada. O plástico passa por um processo de cura, e como não é biodegradável, vai preservar os corpos sem a possibilidade de ataque por microrganismos –ninguém gosta de comer plástico, né?” – brinca o professor.

Ele diz que a técnica não era muito usada no Brasil e ele foi aos EUA para aprendê-la. Num momento de emergência climática, lembra também da importância do cuidado com o meio ambiente. “É uma ressignificação dos corpos dos animais que foram vítimas de atropelamento em nossas estradas ou de caça ilegal nas reservas biológicas do estado. E através desses animais, que agora ganham vida na exposição, a gente consegue trabalhar a conscientização da população, a educação científica e ambiental, e muitas outras questões que vêm de um trabalho como esse”.

Segundo ele, uma exposição itinerante, que vai ao interior do Espírito Santo, tem o potencial de atingir pessoas que talvez nunca pudessem visitar a capital e ir ao MCV, democratizando o conhecimento acadêmico científico. E isso, para Athelson, é o que torna esta exposição ainda mais especial.

“É a descoberta de um outro universo de conhecimento, novos sonhos e outras perspectivas de vida. Ao chegarem à exposição, os alunos visitantes participam de um momento de acolhimento, realizado pela equipe de mediadores, que falarão da universidade, sua estrutura e funcionamento, abordando a ciência, pesquisa, extensão e o ensino que acontecem lá. Neste diálogo, será mostrado ao visitante que a universidade também é de todos nós, e que eles podem vislumbrar como uma possibilidade real um dia estudarem na Ufes ou em qualquer outra universidade pública”.

A exposição Moradores da Floresta é uma realização da Universidade Federal do Espírito Santo, Museu de Ciências da Vida (MCV), Laboratório de Plastinação da Ufes (Labplast) e Centro de Ciência da Saúde da Ufes. O patrocínio é do CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Governo Federal. O evento conta ainda com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Programa EDUCIMAT, IFES, Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) e Projeto Harpia.

 

Foto do destaque: Divulgação

MAIS...

Recentes

error: Função indisponível