AFP – REUTERS
HONG KONG, CHINA (FOLHAPRESS) – Manifestantes honcongueses voltaram a se reunir numa área comercial para protestos a favor de liberdade e justiça. Com repressão da polícia, diversos shoppings da ilha foram o cenário dos confrontos deste domingo (15).
Neste fim de semana, a executiva-chefe local, Carrie Lam, está em Pequim para um encontro com o líder chinês, Xi Jinping. Antes viajar, Lam negou rumores de mudanças no na administração, dizendo que a prioridade era conter a violência e restabelecer a ordem na ilha, que vive uma rotina de violentos protestos desde junho.
Às vésperas do natal, os frequentadores dos shoppings viram os grupos de manifestantes mascarados serem confrontados pela polícia com gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo.
Ativistas mascarados também foram vistos saqueando estabelecimentos de uma grande cadeia de restaurantes, chamada Maxim’s, que se tornou um alvo frequente após a filha do dono criticar os movimentos, chamados de pró-democracia.
Em Shatin, no leste da ilha, repórteres da Reuters viram a polícia atirar uma bomba de gás na área externa de um shopping, que teve acessos bloqueados, pessoas detidas e lojas fechadas. Em nota, a polícia disse que algumas lojas foram danificadas e que uma bomba de fumaça foi desarmada.
No começo da noite, milhares de pessoas reuniram-se para uma vigília em memória de um homem que ficou conhecido como ‘o homem da capa de chuva’. Ele morreu há seis meses após cair de uma altura de 20 metros quando protestava, também em um shopping, contra o projeto de lei de extradição.
“Ele foi a primeira pessoa a morrer nessa revolução”, disse Tina, 18, à Reuters.
Em outra área da ilha, manifestantes pró-governo manifestaram-se contra contra a violência nos protestos.
Além de manifestar total apoio a Carrie Lam, o governo chinês tem planejado aumentar o diálogo por meio de redes sociais e prevê um segundo encontro na sede local do governo, após as eleições em novembro, para discutir soluções.
Hong Kong tem sido palco de protestos frequentemente violentos contra a ingerência de Pequim no território, que atravessa sua maior crise política desde que voltou ao domínio chinês, sob o regime “um país, dois sistemas”.
O que de início foram manifestações contra um projeto de lei específico –que possibilitaria a extradição de cidadãos honcongueses ao continente para julgamento –se tornou um movimento mais amplo, que assumiu um forte caráter anti-China.
Desde junho, Hong Kong foi palco de mais de 900 protestos, procissões e assembleias públicas –muitas terminaram em confrontos. Cerca de 6.000 pessoas foram presas no território este ano.

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