BRUNNO CARVALHO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Deiveson Figueiredo tinha uma tradição depois de suas lutas. Ele voltava para Soure, na Ilha de Marajó (PA), para reencontrar a família e, especialmente, João Leal de Deus, o “vô Dedê”. Muito próximos, os dois costumavam tomar café juntos enquanto o novo campeão do UFC contava como havia sido o combate.

Mas, bem na luta mais importante da carreira, isso não pôde mais ser realizado.

João morreu no último dia 11 de maio, aos 79 anos, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral), e não conseguiu ver o neto se tornar campeão do UFC. A morte, ocorrida na parte final do camp do brasileiro, fez com que Deiveson precisasse tirar forças para seguir em busca do cinturão.

“Foi um período muito difícil. Desde então, é sempre complicado voltar para Soure e não ver meu avô. Era de lei, cara: eu chegava na cidade e ia encontrá-lo. Meu vício era tomar café com ele todas as manhãs. Onde eu ia, ele ia comigo. Agora não tenho mais ele para contar as histórias, ficar rindo comigo”, relembrou.

Assim que voltou de Abu Dhabi, onde conquistou o cinturão, e chegou em Soure, Deiveson fez questão de visitar o túmulo do avô. Agora, ele quer que seu título fique exposto ao lado de um quadro do avô Dedê em sua nova casa, em Belém, no Pará.

“A homenagem já está montada na minha cabeça. Só não vou fazer agora porque, com a mudança, reforma, fica difícil. Vou ter que esperar um pouco”.

Dedê não será o único a receber uma homenagem após o título. A cidade de Soure promete construir uma estátua para o novo campeão. A novidade foi divulgada durante a carreata em homenagem a Deiveson nesta semana.

“Eu chorei para caramba na hora. Ter uma estátua minha na cidade é uma grande homenagem. É um reconhecimento do meu trabalho e dá alegria que estou levando para a cidade”, completou.

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