Por
Kreitlon Pereira

Via Streaming

Apesar de as últimas décadas terem marcado uma série de conquistas para as mulheres, como o advento dos anticoncepcionais e a introdução da licença-maternidade, as estruturas de uma sociedade patriarcal ainda exigem destas um papel integral dentro do contexto familiar, que recai sobre o homem como facultativo. Nesse sentido, Como nossos pais é um perfeito retrato da figura materna que deixou de cuidar de si mesma para atender as expectativas alheias.

Por sua abordagem fluida de temas como o feminismo, amor livre e a busca por uma identidade, o longa de Laís Bodanzky venceu o Festival de Cinema Brasileiro em Paris. Com a boa repercussão dos críticos, que o consideraram como o cinema nacional em sua melhor forma, o filme teve grande repercussão dentro dos movimentos femininos e, recentemente, foi adicionado ao catálogo da Netflix.

Foto: Divulgação

A trama se inicia durante um típico almoço de domingo que, como quase toda reunião familiar, gera um desentendimento entre os presentes. Dessa vez, a grande tensão é gerada por Clarice (Clarisse Abujamra) ao revelar que a filha, Rosa (Maria Ribeiro), é fruto de uma traição. Presa em um trabalho que não a faz feliz, sobrecarregada com as tarefas domésticas e descontente com a omissão do marido (Paulo Vilhena) tanto no cuidado das filhas quanto da casa, Rosa está cansada de se sentir insuficiente.

Por isso encontra na revelação da mãe –com quem mantém uma relação conturbada– uma quebra de valores que motiva nela um desejo por mudança. Nesse sentido, parte numa jornada de autodescoberta: finalmente termina o roteiro teatral para o concurso que sempre quis participar, começa a delegar obrigações com o marido e tenta encontrar o pai biológico. Ou seja, parte numa busca solitária por significados, que revela muito sobre as pressões e anseios das mulheres dentro de uma sociedade patriarcal.

Assista ao trailer de “Como Nossos Pais”:

Quem mandou matar?

No dia 14 de março de 2018, a vereadora carioca Marielle Franco voltava da região central do Rio de Janeiro, após um debate com jovens negras organizado pelo PSOL, quando foi brutalmente assassinada com quatro tiros na cabeça. Os disparos contra o carro também atingiram seu motorista, Anderson Gomes, que não resistiu e morreu no caminho do hospital.

O assassinato provocou grande comoção social, com repercussões no exterior, e foi visto como um atentado à democracia e às minorias, já que a vereadora era uma mulher negra e bissexual. Prestes a completar dois anos, a principal pergunta do caso segue sem resposta: quem foi o mandante do assassinato? Por isso, Marielle – O Documentário foi escolhida para inaugurar uma série de produções documentais do jornalismo da Globo para o GloboPlay e conta com direção e roteiro de Caio Cavechini.

Foto: Divulgação

O primeiro episódio foi exibido em Marielle – O Documentário aberta na Globo neste dia 12 de março, logo após o Big Brother Brasil. Nesta sexta (13), os demais cinco já estarão disponíveis no GloboPlay. A série conta com entrevistas de familiares, policiais e jornalistas que cobriram o caso para contar a história de Anderson e Marielle em duas partes: uma dedicada à trajetória pessoal e profissional de ambos e a outra para descrever os impactos da investigação, em especial do surgimento de fake news, naqueles que os conheciam.

A produção não tem como objetivo responder questões ainda em aberto, mas sim apontar alguma das causas para esse cenário enigmático atual. Acima de tudo, o documentário é uma ode à trajetória da menina da favela da Maré que chegou à Câmara de Vereadores carioca como a quinta mais votada e, sem temer as repercussões, se tornou uma importante defensora das causas femininas e LGBT+.

O trailer de “Marielle – O Documentário” não foi disponibilizado

Em busca de respostas

Dirigido por Liz Garbus –duas vezes indicada ao Oscar (uma por The Fourth Estate e outra por What Happened, Miss Simone?) –, o filme de suspense Lost Girls: Os Crimes de Long Island é estrelado por Amy Ryan (The Office). É baseado no livro homônimo de Robert Kolker lançado em 2013 e que possui uma trama inspirada em fatos reais, envolvendo uma série de assassinatos em Long Island em 2010. Assim, Lost Girls: Os Crimes de Long Island foi adaptado por Michael Werwie em um longa-metragem dramático que conta uma história de mulheres fortes e crimes hediondos.

Com estreia marcada para este dia 13 de março, Lost Girls: Os Crimes de Long Island inicia a sua história com o desaparecimento misterioso de Shannan Gilbert, uma jovem de 24 anos. Sete meses e dez corpos depois –todos encontrados na mesma região de Long Island, em um trecho específico da Ocean Parkway, uma importante avenida local–, a mãe da jovem (Mari Gilbert) segue sem nenhuma novidade sobre o caso da filha.

Foto: Divulgação

Por conta da incapacidade da polícia de lhe entregar alguma resposta, a mulher decide conduzir a sua própria investigação a fim de descobrir o que aconteceu com a menina.

Assim, a mãe vai começar sua jornada refazendo os últimos passos de Shannan, vista pela última vez com vida em um condomínio fechado na ilha de Long Island. Por conta disso, Mari vai ter que encarar a dura verdade sobre a realidade de sua filha, em um caminho que pode colocar em risco a vida da própria protagonista.

Além disso, suas descobertas vão fazer com que tanto a lei quanto a mídia revelem mais de doze assassinatos em Long Island ligados a profissionais do sexo que seguem sem conclusão. E Mari resolve travar uma dura batalha para que a vida desses jovens não caia no esquecimento.

Assista ao trailer de “Lost Girls: Os Crimes de Long Island”:

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