SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A live “Carnaval Virtual da Rainha”, da cantora Daniela Mercury, 55, na noite de sexta-feira (12) ficou em 2º lugar nos trendings topics do YouTube. Ela desmontou a casa inteira onde vive em Salvador para transformar em um cenário lúdico de Carnaval usando a obra “Viva o Povo Baiano”, do artista plástico J Cunha.

O Carnaval Virtual começou com imagens da cantora e do público nos carnavais de Salvador e São Paulo em anos anteriores. Daniela disse que o vídeo levou muita gente às lágrimas, inclusive ela que chorou copiosamente.

“São 39 anos fazendo Carnaval. Senti muito não estar no trio esse ano, mas sabemos que no ano que vem estaremos com saúde. Por mim, em 2022, faço 30 dias de carnaval”, promete a cantora.

A festa teve minitrio e a participação da filha caçula de Daniela como bailarina. Mas um dos momentos mais marcantes da festa foi a participação especial da cantora Margareth Menezes. Juntas, cantaram vários sambas reggae e a canção “Oya Por Nós”, composta em parceria pelas duas.

A live também teve uma participação simbólica da cantora Gal Costa com uma boneca que foi colocada em cena para Daniela cantar “Quando o Carnaval Chegar”, música gravada pelas duas e que teve a primeira execução com banda ao vivo na live. Durante a apresentação, a voz de Gal entrou eletronicamente para as duas cantarem juntas.

CARNAVAL DA PANDEMIA

No Carnaval da pandemia, Daniela Mercury, faz o possível para manter o espírito alegre que sempre transmitiu às pessoas que correm atrás do trio que ela comanda por anos a fio. “Depois de 39 anos fazendo Carnaval, pela primeira vez ele não pode acontecer na rua”, lembra a artista em entrevista, por telefone, ao F5.

A lamentação, porém, fica para outro momento, porque a cantora quer mais é transformar esse problema em solução. Ela acaba de lançar a música “Quando Carnaval Chegar”, um frevo “baianizado” em homenagem a Moraes Moreira (1947-2020).

Composta por ela, a nova canção foi um suspiro em meio aos últimos meses. “Comecei a compor andando de bicicleta, era o momento em que me sentia livre. Cantarolava e vi que me trazia uma memória afetiva e que me fazia muito bem nesses meses de pandemia. Não houve intenção de fazer, a música nasceu.”

Com uma “textura antiguinha”, o frevo tem uma pegada retrô que só é desafiada pela guitarra baiana. A faixa foi produzida por Yacoce Simões, com quem Daniela trabalha há anos. Para dividir os vocais, ela convidou Gal Costa, 75, que tinha uma relação forte com o homenageado e que fez muito sucesso com “Festa do Interior”, cuja letra é dele. “A primeira vez que fiz um Carnaval no trio, em 1982, essa música estava estourada no Carnaval de Salvador, ficou no meu imaginário”, conta Daniela.

A cantora confessa que gravar pela primeira vez com a ídola que virou amiga foi um momento único. “Fazer uma música cantada por Gal é extraordinário, é um presente a mais para mim”, avalia. “Quando ouvi a voz dela me emocionei, as lágrimas desciam. Aquela voz que você conhece da vida toda cantando a minha música, comigo… Foi um Carnaval dentro de mim.”

O clipe, lançado com a música há uma semana, é feito em animação. Foi a solução encontrada para reunir as duas cantoras em meio à pandemia. “Independentemente disso, a ideia foi maravilhosa”, alegra-se. “O colorido, a leveza e a simplicidade tiram o melhor da música. Tem o onírico, o plano do sonho, e, ao mesmo tempo, homenageia as figuras políticas como Marielle Franco, Elza Soares e Paulo Freire.”

 

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