No alvorecer da cultura contemporânea de divertimento, eis que no Vale do Cricaré, “na ribeira do rio”, desabrocha um movimento musical que levaria à criação da Sociedade Musical Lira Mateense.

No movimentado Porto de São Mateus, na chamada Cidade Baixa, trabalhadores e artistas viviam uma simbiose cultural, e de lazer, que a história registra como berço da Lira Mateense. A semente de uma instituição centenária, viva e vibrante, havia sido lançada no final do século XIX com a antecessora, a banda incrivelmente batizada de Aurora do Porvir.

“Dos navios que atracavam, desembarcavam músicos que traziam a genialidade como bagagem”. E foi assim que, em 21 de setembro de 1909, exatos 112 anos atrás, nasceu a Lira Mateense.

Desses primeiros anos restaram reminiscências dos pioneiros, cujos relatórios avançaram ao século XXI. Outro marco na história da Lira Mateense foi registrado nos anos 1956 e 1957, quando o maestro José João do Sacramento Júnior articulou um time de craques como Graciano Moreto, Adalgiso Serrano, Oraldo Coelho e Roberto Arnizaut Silvares para reativar a banda. Sim, a Lira viveu um longo período de inatividade originada na Segunda Guerra Mundial.

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Mas, em abril de 1957, com um pequeno grupo de remanescentes e uma garotada talentosa, como Nilson Santana, Datan Coelho e Elias Adeodato, voltou às ruas da Cidade. Em 21 de setembro daquele ano, o retorno estava consolidado.

Na reformulação, a Lira funcionou um tempo, com a escola dos músicos que ingressavam, no prédio histórico já demolido em que funcionou a farmácia de Roberto Silvares, farmacêutico que foi prefeito da Cidade por dois mandatos e que, em homenagem póstuma, empresta o nome ao hospital estadual que atende a pacientes de todo o norte capixaba e também de estados vizinhos.

A sede definitiva, viabilizada pelo próprio Roberto, está localizada na Rua Ermelino Carneiro Sobrinho, nº 37, Bairro de Fátima (Ideal).

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De banda de fanfarra, hoje a Lira Mateense é uma banda de música no estilo big band, que segue cultivando o sonho, sem nunca desistir, de autotransformação numa orquestra sinfônica, ampliando os naipes de percussão, madeiras, metais e cordas, e reforçando o repertório com composições clássicas

Atualmente a Lira Mateense é presidida pelo maestro Emilson Pereira e, além de contar com músicos veteranos como Nilson Santana, Jouhilton Estevão, Isaque Rocha, Fábio Nascimento e Joilson Teixeira, tem ainda os jovens da Escola de Música Oraldo Coelho.

 

SEM PROGRAMAÇÃO

Devido à pandemia do novo coronavírus, até a noite desta segunda-feira, a Lira Mateense ainda não tinha uma programação definida para comemorar o aniversário de 112 anos da Sociedade Musical e os 477 anos de colonização de São Mateus.

 

Foto do destaque: Divulgação

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