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Líderes comunitários discordam da decisão do Consórcio CIM Norte de suspender as atividades da Unidade Cuidar Norte, em Nova Venécia, com a justificativa de prevenção ao novo coronavírus. A decisão afeta o atendimento em especialidades médicas, com consultas e exames, para pacientes de 14 municípios: Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Conceição da Barra, Ecoporanga, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, São Mateus e Vila Pavão.

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“Você acha que as pessoas deixam de ficar doentes? Deixam de precisar de cuidados?” – questiona a presidente da Associação de Pescadores e Marisqueiras de Conceição da Barra, a vereadora Luciara Ferreira da Silva, a Ciara da Pesca. Ela entende que a unidade deve redobrar os cuidados de prevenção, mas manter o atendimento presencial.

Ciara exemplifica que reuniu voluntários na associação, com máscaras, luvas e álcool em gel, mas a entidade está em atividade, auxiliando os associados para o cadastro no sistema do Governo Federal para o auxílio emergencial.

“Quer dizer que não vai morrer do coronavírus, mas vai morrer do coração, de rins, de alguma outra doença?”, questiona.  Ela disse que fica preocupada com os motoristas e com os outros profissionais envolvidos, mas enfatiza que o atendimento de saúde é mais que necessário nestes dias difíceis.

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Outro preocupado com a suspensão, o presidente da Associação de Moradores do Bairro Porto, em São Mateus, Vaneuton Barros, não concordou com a decisão e defende o atendimento presencial, principalmente para os casos mais sérios, com medidas que evitem aglomerações.

Vaneuton avalia que atendimentos por consultas telefônicas, como está sendo definido, não devem ser eficazes em todos os casos. “Para certas situações, o médico tem que estar presente”, entende. O líder comunitário argumenta ainda que há doenças de evolução rápida, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.

Justificativas para a decisão

Em decisão de 1º de abril, o Consórcio CIM Norte suspende as atividades da Unidade Cuidar Norte e reduz contratos de trabalho de profissionais temporários, bem como suspende parcialmente serviços dos fornecedores, até o dia 31 de julho.

A justificativa é de que era preciso tomar medidas urgentes de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, “necessárias para prevenção à infecção e propagação do novo coronavírus”.

O consórcio alega que a grande maioria dos usuários atendidos na Cuidar Norte são pessoas do grupo de risco da covid-19 e ainda utilizam transporte sanitário coletivo para o deslocamento, podendo serem vetores do vírus, formando aglomerações da unidade. Acrescenta, ainda, que também contribuíram para a decisão os registros de faltas em consultas e exames agendados.

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O CIM Norte relata que os atendimentos serão realizados por enfermeiros somente por meio de consultas telefônicas, preferencialmente aos usuários de alto e muito alto risco, para os encaminhamentos necessários junto a unidades de saúde e médicos através de clínicas e profissionais que serão credenciados para atender via telemedicina.

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