EDER TRASKINI
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Palmeiras fechou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro na liderança, com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, mas nem isso fez a equipe atingir o plano ideal do técnico Abel Ferreira. Nos quesitos técnicos, o time até bateu a maioria das metas, mas em questão de resultado e aproveitamento, ainda está devendo.

Agora, o time alviverde se prepara para começar o segundo turno neste sábado (28), indo até Fortaleza para enfrentar o Ceará, na Arena Castelão, em partida pela 20ª rodada.
Em seu livro “Cabeça fria, coração quente”, Abel Ferreira especificou detalhes do que sua equipe precisava fazer para conquistar o título do Brasileiro, de acordo com um estudo dos últimos 11 anos do torneio nacional.

As metas passam não apenas por pontuação, mas também por aproveitamento como mandante e visitante, desempenho contra dois grupos de adversários e critérios técnicos como finalizações, cruzamentos, etc.

Abel estipulou que uma equipe precisa conquistar 80 pontos para levar o título do torneio. O time alviverde conquistou 39 no primeiro turno, um a menos do que o ideal em metade da competição, mas teve uma partida a mais como mandante. Foram dez jogos em casa e nove fora, situação que irá se inverter no segundo turno.

O treinador projeta 85% de aproveitamento dentro de seus domínios e 57% jogando na casa dos adversários. Na primeira metade do torneio, sua equipe conquistou 66,6% dos pontos em casa, mas superou as expectativas fora atingindo 70,3% de aproveitamento. No fim das contas, a equipe ficou quatro pontos abaixo do ideal atuando em casa, mas três pontos acima do que havia sido projetado para conquistar fora.

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Ainda em sua obra publicada, Abel dividiu os times do Brasileiro em dois grupos: o G8 era formado por Corinthians, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Internacional e Grêmio. Contra esse grupo, o técnico pedia 20 pontos de 48 disputados. Sem o Grêmio, rebaixado à Série B, e mantendo a proporção agora para sete clubes, o time precisaria conquistar 18 de 42 durante todo o torneio.

No primeiro turno, o Palmeiras se saiu melhor do que seria necessário segundo o levantamento: conquistou 15 dos 21 pontos em jogo, seis a mais do que o objetivo. No entanto, quando enfrentou os demais clubes da competição – chamados de G11 por Abel, e agora G12 por causa da queda do Grêmio -o time alviverde ficou abaixo.

Abel pedia 60 de 66 pontos do G11, o que seriam transformados em 64 de 72 pontos convertendo para o G12. No primeiro turno, o Palmeiras levou para casa bem menos da metade do objetivo: conquistou 24 pontos, oito a menos do que precisaria em um turno. Cruzando as contas dos grupos divididos por Abel, seis a mais contra o G7 e oito a menos contra o G12, o time alviverde ficaria devendo dois pontos.

Já em relação ao desempenho, o time de Abel vem dando conta do recado. Melhor ataque e melhor defesa do torneio, objetivos previamente traçados, a equipe soma números expressivos: 17,3 finalizações por jogo, líder do quesito e acima dos 15 chutes pretendidos por Abel; 25,4 cruzamentos por partida, também líder do torneio e dez acima do pedido de Abel; 17 desarmes por duelo, dois acima do que queria o técnico; 15 faltas por encontro, exatamente o que pretendia o português.

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O único quesito ainda a acertar é o número de finalizações que o time sofre a cada vez que entra em campo. Abel quer que esse número fique no máximo em oito, mas atualmente a média é de 11,3 chutes sofridos contra o gol de Weverton.

Vale lembrar, porém, que o próprio Abel Ferreira chegou a dizer que nesta temporada as dificuldades aumentariam ainda mais de acordo com o calendário apertado em virtude da disputa da Copa do Mundo do Qatar, que começa em novembro.

“Nossa batalha é jogo a jogo. Jogar para os três pontos. Não sei como a equipe iria reagir em relação ao calendário, aos muitos jogos. Perdemos muitos jogadores por lesões, mas outras equipes também. Fizemos o rodízio e vamos dar nosso melhor jogo a jogo. Há muitos candidatos a mesma cadeira, está tudo embolado”, disse o português na coletiva após a vitória sobre o Internacional.

Para a partida deste sábado, Abel deve contar com os retornos do atacante Rafael Navarro, que se recuperava de mialgia na coxa esquerda, e do lateral-esquerdo Piquerez, que tratava uma lesão na coxa direita. Ambos têm participado de atividades com a equipe.

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Em contrapartida, o atacante Rony, com uma lesão muscular na coxa esquerda, e o volante Jailson, que rompeu o ligamento cruzado do joelho direito, continuam no departamento médico. Portanto, uma possível escalação do Palmeiras tem: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Vanderlan (Piquerez); Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Gustavo Scarpa, Dudu e Merentiel (José López).

O Ceará, por sua vez, começa o segundo turno em 12º lugar, somando 24 pontos, e busca a vitória para se aproximar do topo da tabela. Neste sábado, o técnico Marquinhos Santos não poderá contar com Richard Coelho, que recebeu o terceiro cartão amarelo e cumpre suspensão. Erick se recupera de cirurgia no ombro, e continua no departamento médico.

Em compensação, o lateral-esquerdo Victor Luís, recuperado de lesão, é opção para o técnico. O meia Guillermo Castillo, anunciado na quarta-feira (27) e regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF nesta quinta-feira (28), já pode estrear pelo time alvinegro. Assim, uma possível escalação inicial do Ceará tem: João Ricardo; Nino Paraíba, Messias e Bruno Pacheco (Victor Luís); Vina (Fernando Sobral), Richardson e Lindoso; Mendoza, Lima e Cléber.

Estádio: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Horário: Às 16h30 (de Brasília) deste sábado (30)
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS)
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (VAR-FIFA/RJ)
Transmissão: Premiere

 

Foto do destaque: Raul Ramos/Ag. Paulistão

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