A coordenação de meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) registra que choveu menos que a metade da média pluviométrica histórica em São Mateus no mês de janeiro.

O Incaper detalha que nos 31 primeiros dias de 2021, o Município teve 68 mm de chuva, que corresponde 48,22% da média histórica, que é de 141 mm.

“Conforme o levantamento de dados, todos os municípios do Estado estão com chuvas abaixo do normal para este mês”, salienta o Incaper, em resposta à Rede TC de Comunicações. Para efeito de comparação, janeiro de 2020 teve um acumulado de chuva de 278 mm em São Mateus.

“A escassez de chuva é em decorrência de um sistema de alta pressão atmosférica (ASAS), que atua sobre a Região Sudeste do Brasil, o que é normal neste período do ano”, conforme explica o meteorologista do Incaper, Ivaniel Fôro Maia.

“Porém, ele está persistindo por várias semanas, desde o final de dezembro de 2020. Além de inibir a formação de nuvens, o ASAS causa um ‘bloqueio na atmosfera’ que dificulta a chegada e o avanço das frentes frias, além do ar polar na região Sudeste. Com isso, aqui no Espírito Santo não tivemos a formação de nuvens suficientes com potencial para provocar as chuvas volumosas de Verão, que normalmente caem sobre o Estado neste mês” – complementa o meteorologista.

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Produtividade do café pode ser afetada, avalia Sindicato Rural

O pouco volume de chuva registrado em janeiro deve afetar a produção de café, cuja colheita acontece geralmente nos meses de maio e junho. É o que prevê o vice-presidente do Sindicato Rural de São Mateus, Giordano Bruno Martin, relatando que já percebe uma diminuição no volume de água nos mananciais.

A escassez de chuva pode afetar a produção de café conilon, conforme o Sindicato Rural. Foto: TC Digital

Ele relata que dezembro e janeiro são os meses do enchimento do grão de café. Como choveu pouco, acredita numa quebra na safra. “Quem tem pouca irrigação vai perder uns 20% a 30%. Quem tem [lavoura irrigada] consegue amenizar, mas a falta de chuva deve levar a uma redução de 15%” – avalia.

Giordano frisa que outras culturas também podem ser afetadas. Ele cita que as flores da pimenta do reino estão abortando, sobretudo pelo calor excessivo. E entende que a produção do mamão também pode sofrer com o rápido amadurecimento dos frutos, o que leva ao descarte de boa parte da produção.

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Previsão de poucas chuvas em fevereiro

 O Incaper relata que este mês de fevereiro ainda faz parte do período chuvoso no Espírito Santo. “No entanto, o mês apresenta uma característica particular que a meteorologia denomina de Veranico. Esse fenômeno é um processo de ausência ou diminuição das chuvas por um período de, no mínimo, quatro dias consecutivos, em comparação aos demais meses do período chuvoso do ano” – salienta.

De acordo com o Incaper, não são esperados grandes volumes de chuva em fevereiro. “Por ser um mês em que normalmente chove pouco no Estado, a chuva deve ficar dentro da normalidade, com acumulados pouco expressivos de precipitação pluviométrica. Em relação às temperaturas, em todo o Estado, a previsão é de que devem seguir elevadas e dentro da normalidade para esta época do ano” – adianta.

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