quarta-feira, novembro 12, 2025
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Jaguaré prepara a primeira rota do agroturismo para novembro

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Por

Claudio Caterinque

Repórter

 

O primeiro roteiro do agroturismo em Jaguaré está sendo preparado para iniciar as atividades em novembro, durante a 1ª Feira Internacional do Café Conilon. Instituída por meio da Lei Municipal 1.843, a Rota do Café Conilon deve começar com pelo menos três opções de passeios. As informações são da secretária municipal de Turismo, a primeira-dama Vera Lúcia de Backer, destacando que a iniciativa foi construída a várias mãos.

Em entrevista para a Rede TC de Comunicações, Vera de Backer afirma que o objetivo é buscar a diversificação econômica com a consolidação do turismo rural. Ela frisa que o município tem destacadas riquezas que unem agricultura, cultura e hospitalidade. “Mas o principal desafio é fazer com que as pessoas tenham consciência do potencial que nós temos”, reforça a primeira-dama.

Ela salienta ainda que Jaguaré é reconhecido pela força da produção agrícola, em especial de café conilon e pimenta-do-reino, mas que, nos últimos quatro anos, tem buscado investir em infraestrutura e parcerias, preparando o município para desenvolver a sua forte vocação também como atrativo turístico.

“A gente precisou começar a trabalhar com várias frentes, a questão de infraestrutura do município, trafegabilidade, melhoria dos acessos às rodovias. O município investiu no tratamento de esgoto, a gente sai de zero para quase 50% [do esgoto coletado e tratado] até o final do ano. E a gente começou a trabalhar muito a capacitação e realização de pequenos eventos, já visando a formatação de um calendário anual para atrair cada vez mais visitantes” – explica Vera de Backer.

Segundo a secretária, com esse calendário de eventos anual organizado, fica mais fácil atrair pessoas para Jaguaré e explorar o agroturismo. Conforme Vera, no início haviam três empreendimentos interessados na rota turística. No entanto, com a evolução da construção do projeto, outros interessados apareceram e a Rota do Café Conilon deve começar com dez empreendimentos de agroturismo.

 

Município já possui 21 marcas e 73 produtos da agroindústria

 

A primeira-dama jaguarense Vera de Backer salienta que nos últimos quatro anos o município conseguiu evoluir no registro de marcas e produtos da agroindústria. Ela destaca que atualmente já são 21 marcas e 73 produtos com rótulos de produção em Jaguaré. Conforme a secretária de Turismo, essa evolução se deu graças ao diagnóstico realizado pela Prefeitura, com artesãos, dos produtos agroartesanais e das propriedades com o potencial e interesse de participar do projeto de agroturismo

Ela lembra que o diagnóstico identificou apenas dois produtos com registro: cachaça e mel. “Apesar de ser um dos maiores produtores de café conilon e pimenta-do-reino do Espírito Santo, não tínhamos nenhum produto à base do café com identidade local. Toda a produção era vendida como commodities. Então, começamos a trabalhar devagarinho, e hoje nós estamos com 21 marcas e 73 diferentes produtos rotulados, sendo comercializados em pequena escala, alguns numa escala maior. Mas temos esse portfólio de produtos regularizados e com a identidade de Jaguaré” – comemora.

Vera de Backer lembra que atualmente Jaguaré possui dez marcas de café com produção local. “Essas pessoas que tinham interesse em investir em agroturismo, mas temiam que não houvesse retorno, devagarinho foram começando a tomar coragem. Agora, temos aqui uma quantidade grande de empreendimentos com capacidade para entrar para nossa rota de turismo. Desses, temos 10 que estão prontos, têm o mínimo de condições para já começarem a receber os agroturistas”.

 

Empreendedores têm demonstrado interesse

 

No entendimento da secretária de Turismo Vera de Backer, os empreendedores de Jaguaré têm buscado fazer a parte deles e demonstrado interesse em participar dos roteiros do agroturismo. Ela explica que os interessados têm participado dos eventos realizados pela Prefeitura, ou por parceiros, como a Agência Estadual de Desenvolvimento Regional (Aderes) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além de se organizarem. “Estamos muito confiantes”.

Vera afirma que a Secretaria de Turismo listou os vários atrativos naturais e empreendimentos públicos e privados que o município já oferece. Ela destaca as barragens, como a de Água Limpa e do Jundiá, que já possuem infraestrutura e recebem grande quantidade de frequentadores, o palco do Teatro Renascer na Comunidade São Roque, “o maior palco a céu aberto do Estado do Espírito Santo onde acontece o espetáculo Paixão de Cristo”.

Também cita o Vale do Caximbal, a praça poliesportiva Nicolau Falchetto e o Parque Água Viva, “que é uma mata que temos no centro da cidade”. Segundo Vera de Backer, a Prefeitura de Jaguaré conseguiu recurso por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos e Florestais (Fundágua) para realizar obras de estruturação do Parque Água Viva, com o objetivo de construir trilhas com guarda-corpo e outras benfeitorias.

“Temos também a Casa da Memória, que fica também dentro do Parque Água Viva, o nosso Estádio Conilon, o Vale do Rio Barra Seca, a Ponte Velha, a Cachoeira do Bereco. E aí temos as propriedades particulares que estão para entrar para nossa rota de agroturismo, como o Sítio Renascer, a Lagoa Azul, que já tem projeto para construção de chalés, temos casas de época, Sítio das Araras, Nobre Chá, que é uma casa de chá que está para ser inaugurada, o Sítio Santiago, do Francisco, que produz uva, café e pimenta, o apiário Tomaselli e a Fazenda Santa Rita, que é um lugar lindíssimo”.

Objetivo é dar visibilidade ao potencial do município

 

Para a primeira-dama Vera Lúcia de Backer, um dos objetivos do investimento no fomento ao agroturismo no município é dar visibilidade ao potencial de Jaguaré. “O potencial ambiental, econômico e cafeeiro é uma nova oportunidade de gerar emprego e renda, além de colocar em evidência as belezas culturais e naturais que nós temos”, afirma.

A secretária lembra que o prefeito Marcos Guerra também tem investido em boas parcerias com o Governo do Estado, destacando os fomentos para a cultura. “Nós temos aqui em Jaguaré, tradicionalmente, três grupos de folias de reis, grupos folclóricos e um grupo que a gente chama de dança do maneiro pau. O ano passado trabalhamos com outros grupos e hoje temos também um grupo mirim de maneirinho pau, que é a coisa mais linda, as crianças do São João Bosco, os adolescentes e as meninas que cantam e dançam. Conseguimos organizar um grupo de dança pomerana, cigana e italiana. Então, esses grupos já começam a serem chamados para eventos fora do município e levam o nome de Jaguaré”.

Vera de Backer entende que isso gera uma valorização cultural grande para o município, citando a população pomerana que criou o grupo de dança. “Alguns deles, adultos e até criança, conversam na língua pomerana. Um deles, o Guilherme, que tem 11 anos, falou assim: ‘Nossa, eu estou feliz, sabe por quê? Porque antes o povo olhava para a gente, ria da gente, agora não. Nós estamos com orgulho da nossa cultura’” – lembra.

A primeira-dama complementa que um dos maiores desafios de Jaguaré na atualidade, para ela, é executar o projeto de agroturismo, fazendo com que as pessoas percebam o potencial que o município possui. “Ainda estamos longe de ter convencido todos. Mas o público que já abraçou a ideia e que está ajudando a levar ela para frente, é um público significativo e acreditamos que vamos colher bons frutos” – complementa.

 

Foto do destaque: Divulgação

 

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