EDUARDO CUCOLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A economia brasileira teve uma forte aceleração ao longo do terceiro trimestre, passando de um ritmo anual de 1% em junho para 1,8% em setembro, segundo estimativas do Itaú Unibanco.
O número se refere ao indicador próprio calculado pela instituição para medir a velocidade de crescimento da atividade econômica.
O Itaú Unibanco projeta que o dado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) mostre uma expansão de 1% em 2019. O dado, no entanto, é uma média do desempenho do ano. O ritmo ao final do ano, para a instituição, está próximo de 1,8%.
Segundo o banco, a economia se expandiu 0,4% no terceiro trimestre deste ano e crescerá 0,7% nos três últimos meses do ano, sempre na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Para 2020, a expectativa é de um crescimento médio de 2,2%, mas com a economia encerrando o próximo ano a um ritmo de 2,6%.
Mario Mesquita, economista-chefe da instituição, atribui boa parte da melhora na atividade ao processo de queda da taxa básica de juros, que está atualmente em 5% ao ano e deve chegar a 4% ao ano no início de 2020, segundo projeção do banco.
“A economia deve chegar, por volta de 2021, ao pico anterior à crise [de 2015/2016]. A política monetária está tendo e ainda vai ter mais efeito à frente, na medida em que os juros forem caindo. A economia global deve ajudar também nessa retomada da atividade aqui no Brasil. Pelo menos o mundo não está em contração”, afirmou o economista durante a apresentação dos dados.
O economista do Itaú Unibanco Luka Barbosa afirmou que os dados sobre geração de empregos formais, por exemplo, já mostram criação de vagas em ritmo compatível com um PIB próximo de 2%. Também citou dados positivos no crédito a pessoas físicas e jurídicas e destacou os números positivos divulgados recentemente dos setores de serviços e varejo.
“O motivo é principalmente o crescimento do crédito privado, estimulado por uma taxa de juros muito baixa”, afirmou.
Para este ano, segundo a instituição, o crescimento estará mais ligado ao consumo, mas se espera uma aceleração do investimento no próximo ano.
“Vai ser mais consumo do que investimento. A gente tem visto empresas mais ligadas a varejo com otimismo maior que as demais. Um varejo mais ligado a crédito tem tido performance melhor do que setores ligados à renda, num cenário de desemprego mais elevado, mas com retomada do crédito no país”, disse o também economista do Itaú Fernando Gonçalves.

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