EMANCIPAÇÃO DO CEUNES
A transformação do Ceunes em universidade independente ainda não é causa assimilada pelos órgãos gestores da Ufes. Também existem estudantes, professores e outros funcionários divididos sobre o tema. Na verdade, desde a gestão do professor Reinaldo Centoducatti na Reitoria da Ufes, espalha-se a versão de que o desmembramento do Ceunes enfraquece a universidade. Nada mais equivocado. Seria como dizer que o crescimento e independência de um filho é prejudicial à família. É preciso que a universidade tenha uma visão mais abrangente e emancipadora. Deve lembrar que ela, a instituição, não é um fim em si mesma, mas sim um projeto da sociedade em geral, que a concebeu para prestar serviços a essa mesma sociedade. E por isso a sustenta, mantendo-a pública. Se a universidade se descolar de sua identidade sócio-comunitária, perde sua legitimidade como instituição pública. Daí a ser privatizada, é um passo.

GERAÇÃO DE EMPREGOS
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados –Caged– constatou a criação de 313 mil novos empregos em setembro, totalizando 2,5 milhões durante o ano no Brasil. Sem dúvida, uma boa notícia. Mas que vem acompanhada também da constatação de que o desemprego continua alto, embora em queda, e do crescimento também de trabalhos informais.

INFLAÇÃO E PODER DE COMPRA
Os indicadores da inflação continuam em alta, segundo as medições realizadas pelo INPC, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Ao mesmo tempo, a Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) aponta que os salários vêm sendo corrigidos em convenções e acordos coletivos de trabalho com reajustes abaixo dos índices de inflação, demonstrando diminuição de poder aquisitivo dos trabalhadores. Essa correção negativa leva à perda de qualidade de vida em função da diminuição do poder de compra dos salários e alimenta uma cadeia negativa de desempenho da economia.

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REAJUSTE DO DIESEL
O alto preço do diesel mostra que governo quer ônibus lotado e serviço ruim, segundo avaliação da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). O posicionamento da instituição é de que a omissão do Governo Federal frente aos sucessivos reajustes do óleo diesel, insumo que representa em média 26,6% do custo do transporte público coletivo, está forçando a insolvência das empresas operadoras e o colapso dos sistemas de transporte público organizado em todo o País. Com o aumento acumulado de 65% do combustível somente neste ano, as operadoras não terão outra opção além de acionar as cláusulas de reajuste tarifário e reequilíbrio dos contratos de concessão para evitar a suspensão da prestação dos serviços. E tal suspensão representaria grave prejuízo para toda a população, que seria privada dos serviços públicos organizados de transporte e passaria a depender do transporte clandestino e irregular.

POLÍTICA DE PREÇOS
A NTU constata ainda que a falta de uma política de preços para o diesel que considere as características do transporte público –oferta de um serviço universal, regular e a preços módicos, além de ser um serviço essencial e um direito social previsto na Constituição–, significa, na prática, que o Governo Federal aceita que seja ofertado um serviço de baixa qualidade para o cidadão brasileiro, com ônibus lotados e longas filas de espera nas paradas e terminais, já que as empresas operadoras não dispõem mais das condições necessárias para o atendimento adequado à população.

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REAJUSTE DA GASOLINA
A semana começou em São Mateus com os preços da gasolina chegando próximo a R$ 7,00. Alguns postos comercializavam o combustível a R$ 6,89. No entanto, a partir de quinta-feira, começou a se notar que os estabelecimentos que promoveram o preço a R$ 6,99 já baixaram o valor para R$ 6,89 e R$ 6,59, mesmo que a Petrobras tenha feito um único anúncio de reajuste que ocorreu na segunda-feira, alta de 7,04%.

INDECOROSO
Nesta semana, o ministro da Economia Paulo Guedes chamou o ministro-astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) de burro e disse que às vezes se pergunta o que ele está fazendo no governo. As frases foram ditas durante encontro com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que brigam para ter de volta R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério da área. No local estavam deputados da base e de oposição. Especificamente sobre a Ciência e Tecnologia, o titular da Economia se referiu a todo tempo a Pontes sem citar seu nome, mas chamando-o de astronauta. Ele deu a entender que o colega de Esplanada vive no ‘espaço’ e não entende nada de gestão. O comportamento de Paulo Guedes foi no mínimo indecoroso com o colega, que em resposta, rebateu afirmando que “é a primeira vez que sou chamado de burro”. Pontes disse ainda que ficou surpreso e afirmou ser compreensível a fala do ministro da Economia, devido ao momento turbulento pelo qual a pasta atravessa. “Ele está em um momento difícil e deve estar meio confuso para expressar suas ideias. Não seria a primeira vez que ele foi mal interpretado em suas falas”, completou.

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METÁFORAS ECONÔMICAS
“O Brasil é uma baleia ferida que foi arpoada várias vezes e parou de se mover. Precisamos retirar os arpões” – Paulo Guedes, em mais uma de suas metáforas econômicas, usando figuras de linguagem, como criaturas do pântano político e a baleia arpoada, para ilustrar problemas nacionais. O que o ministro não diz é que o governo Bolsonaro caminha para o fim do terceiro ano de mandato sem resolver os gargalos econômicos que se propôs resolver durante a campanha, como a redução nos preços dos combustíveis, gás de cozinha e na energia elétrica.

RECORDE
A Suzano vendeu no terceiro trimestre de 2021, 3 milhões de toneladas de celulose e papéis. A receita líquida totalizou R$ 10,8 bilhões, o melhor resultado trimestral registrado pela companhia desde a constituição da Suzano S.A., em janeiro de 2019. Os dados constam no balanço trimestral da companhia, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo e uma das maiores fabricantes de papéis da América Latina. Com tanto lucro líquido, a empresa poderia fazer algum novo investimento industrial de vulto no norte do Espírito Santo, onde está a maior parte de suas florestas de eucalipto. Ao contrário disso, preferiu instalar no sul do Estado a sua fábrica de papel.

Foto de destaque: Fernando Frazão/Agênciia Brasil

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