DIEGO GARCIA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A indústria registrou taxas positivas em 10 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em setembro, mas São Paulo, estado de maior concentração industrial, registrou resultado negativo.

Segundo informou o IBGE nesta sexta-feira (8), a queda de 1,4% na indústria paulista foi consequência da pressão da produção de veículos automotores e de alimentos, que tiveram registros negativos no período.

O analista da pesquisa Bernardo Almeida explicou que o setor de veículos tem comportamento volátil e creditou a queda à crise da Argentina -um de nossos principais importadores-, além da cautela nas decisões de consumo das famílias paulistas. Já o recuo nos alimentos em São Paulo foi influenciado pelo açúcar.

“A produção de açúcar está se encaminhando para a entressafra, e parte da produção ter sido destinada para a fabricação de etanol”, disse o analista do IBGE.

Em agosto, São Paulo havia registrado crescimento foi de 2,6%, influenciado justamente pelo aumento na produção de açúcar, que estava no meio da safra de cana-de-açúcar de 2018 e 2019. Antes, a indústria paulista teve três meses de taxas negativas.

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São Paulo não foi o único estado com queda em setembro. O Pará, que havia registrado crescimento de 8,2% em agosto, agora mostrou resultado negativo de 8,3%. Completam a lista Amazonas (-1,6%), Rio de Janeiro (-0,6%) e Goiás (-0,1%).

Por outro lado, Minas Gerais e Rio Grande do Sul foram os principais locais que impulsionaram o crescimento da indústria nacional de 0,3% em setembro.

Minas teve expansão de 2,4%, a mais intensa desde janeiro, no que foi o maior peso no indicador industrial brasileiro de setembro, segundo o analista Bernardo Almeida. “Isso é devido à influência positiva da indústria extrativa, especialmente minério, que representa 18% da indústria do estado”, disse ele.

Já o estado gaúcho registrou 2,9%, por influência da fabricação de móveis, em sua primeira taxa positiva após dois meses negativos. Foi a segunda maior influência da taxa nacional, segundo o IBGE.

Outros locais que mostraram altas foram Bahia (4,3%), Região Nordeste (3,3%), Espírito Santo (2,5%), Minas Gerais (2,4%), Pernambuco (2,3%), Santa Catarina (2,1%), Mato Grosso (2%), Paraná (1,3%) e Ceará (0,2%).

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Já na comparação com setembro de 2018, o setor industrial nacional cresceu 1,1%, com registros positivos em seis dos 15 locais pesquisados pelo IBGE.

A maior expansão foi no Amazonas (16,7%), devido principalmente ao aumento nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, bebidas, equipamentos de informática, televisores, motocicletas e aparelhos de ar condicionado.

No mesmo período, São Paulo cresceu 3,6%. Paraná (7,4%), Rio de Janeiro (7,0%), Santa Catarina (5,2%) e Goiás (1,6%) completam a lista de registros positivos quando comparados ao mesmo mês do ano passado.

Espírito Santo (-14,1%) e Pernambuco (-7,6%) demonstraram os maiores recuos na comparação com setembro de 2019.

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