Uma pessoa gravemente debilitada procurou a Rede TC de Comunicações por meio de uma procuradora para relatar a indignação dela com o que chama de ineficiência do serviço prestado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O relato a seguir é de Cineide Gregório, secretária da Diocese de São Mateus que acompanha o padre Eclério Batista de Paula, que está em tratamento de um tumor no cérebro. De acordo com ela, o padre teve o auxílio-doença suspenso em julho pelo INSS até a realização de nova perícia na unidade de São Mateus.

A princípio, a perícia aconteceria em agosto, mas não foi realizada porque o Instituto exigiu a presença do segurado, “justamente no período em que ele passou por um procedimento cirúrgico”. Sendo assim, uma nova data foi marcada, para terça-feira (7).

Cineide conta que, mesmo com dificuldade de locomoção por conta do grave problema de saúde, o padre compareceu à agência no horário e data agendada, mas foi mandado de volta para casa porque o perito que atenderia não estava presente. “Para piorar, o INSS remarca a perícia para daqui quatro meses e ainda em Linhares”, lamenta.

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Procuradora do presbítero, Cineide destaca que o padre só não está ainda mais desprovido porque conta com a ajuda da Igreja que o ampara em suas necessidades básicas. Ela questiona o descaso do INSS e demonstra preocupação com outras pessoas que vivem esse mesmo dilema, com benefício suspenso pela demora em realizar a perícia médica.

“A gente reivindica por milhões e milhões de brasileiros que hoje estão passando por uma situação que têm direito e que não são atendidos pelos peritos do INSS”, lamenta. “Muito triste”, reforça.

Ela acrescenta que os profissionais que atendem na unidade do INSS em São Mateus não são culpados pela situação constrangedora, mas sim a instituição.

Em São Mateus, a perícia do padre seria marcada para julho do ano que vem

Cineide Gregório relata que foi informada na agência do INSS de São Mateus que a perícia do padre Eclério aconteceria em Linhares, no mês de abril, porque a agenda do perito que atende em São Mateus estava cheia. Ela detalha que foi comunicada que em São Mateus a próxima data disponível seria em julho do ano que vem, ou seja, ainda daqui a mais de seis meses.

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Cineide acrescenta que uma alternativa apontada se- ria marcar a perícia para Vitória, em janeiro. Contudo,

ressalta a dificuldade em conduzir uma pessoa com a saúde tão frágil para um local distante, gerando inclusive risco de agravar as condições do paciente.

INSS não responde quando o problema será resolvido

A Reportagem procurou o INSS, por meio das assessorias de comunicação no Espírito Santo e da Secretaria da Previdência em Brasília, para dar um posicionamento em relação à reclamação específica de Cineide Gregório, cuidadora do padre Eclério Batista, e sobre a falta de profissionais peritos médicos na unidade em São Mateus.

Foi perguntado ao órgão se estão previstas contratações de novos peritos e quais procedimentos o INSS deve realizar para reduzir o tempo de espera pelo serviço. Outro questionamento foi em relação à suspensão de benefícios antes da realização da perícia médica.

A Assessoria de Comunicação do INSS em Vitória relatou que a demanda deveria ser encaminhada à Secretaria da Previdência, em Brasília. Mesmo apresentando os dados relacionados ao pedido do beneficiário, a Secretaria da Previdência fez uma série de exigências e não enviou respostas até o fechamento desta matéria.

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