O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) confirmou mais dois casos, totalizando três, de infecção em equídeo pelo vírus da febre do Nilo no Estado. Em entrevista exclusiva à Rede TC de Comunicações, o gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza, detalha que as novas confirmações são em Nova Venécia e Baixo Guandu. O primeiro caso foi relevado pelo Idaf no início de junho, em São Mateus, sendo que o animal estava em propriedade rural próxima do limite com Nova Venécia.
Fabiano Fiuza salienta que não há atualmente outros casos suspeitos em território mateense. Ele detalha que teve três cavalos que tiveram notificação de sintomatologia neurológica, mas após análises em laboratório, somente um deles teve resultado positivo para o vírus da febre do Nilo.
Em Nova Venécia, foram quatro cavalos que tiveram material coletado para análise, sendo um com resultado positivo. Em Baixo Guandu um animal foi analisado e confirmado positivo. O gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf adianta que tem investigação de casos de febre do Nilo no Sul do Estado, sendo que o material foi coletado, mas ainda não saiu o resultado.
“A gente aumentou a vigilância para a doença. A gente sempre faz vigilância veterinária para doença de sintomatologia neurológica. Toda vez que colhe um material, o primeiro objetivo é identificar a raiva. Se der negativo, a gente não descarta e encaminha para fazer análise para outras encefalias” – disse. Ele acrescentou que os exames são encaminhados pela Secretaria Estadual de Saúde para análise em laboratório e acrescenta que a Sesa também faz coletas de sangue de animais vivos pelo Estado, para verificar a circulação do vírus.
Sem necessidade de embargo sanitário
O gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza, frisa que o Idaf tem conversado com os produtores rurais e esclarecido que a febre do Nilo no cavalo é terminal, não replicando o vírus, sem capacidade de transmitir a outro animal. “O cavalo é o fim de linha. Diante disso, não há nenhuma restrição sanitária, não há impedimento de trânsito animal, nenhum embargo sanitário em relação à febre do Nilo” – enfatiza.
Fabiano Fiuza aponta que s suspeita é que o vírus já estava circulando na natureza de forma natura. “Como a gente não fazia diagnóstico para febre do Nilo no Brasil, a gente não sabia que aquele cavalo que viesse a ter sintomatologia parecida era de febre do Nilo”, ponderou.
“Quando ocorre uma infecção animal, que é raro inclusive, não há sintomas parecidos como esse, raramente tem sintoma neurológico como deu agora”, disse Fabiano. O gerente relatou que o mais provável que o vírus chegou ao Brasil através de aves migratórias, que vem dos Estados Unidos. “Tanto é que nos Estados Unidos ano passado teve mais de 300 casos de febre do Nilo em cavalos” – aponta, salientando que a transmissão é através de mosquitos.
Recomendações iguais de anemia infecciosa
O gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza, relata que o Idaf recomenda aos produtores rurais medidas de proteção animal como relacionadas à anemia infecciosa equina (AIE), que são transmitidas por moscas. Ele cita colocar os animais em baias com telas para evitar entrar os mosquitos, o uso de repelentes, evitar deixar o animal exposto em vegetação muito densa em horário noturno e evitar áreas alagadiças.
Fabiano Fiuza reforça que o Idaf trabalha sempre em conjunto com os sindicatos rurais com orientações durante o ano, trabalha intensamente na vigilância veterinária para a prevenção e doenças.
FEBRE DO NILO
A febre do Nilo é uma doença viral que acomete vários animais e também humanos. De acordo com o Idaf, a transmissão ocorre pela picada de mosquito. Humanos e equídeos não são capazes de infectar os mosquitos responsáveis pela transmissão e não transmitem a doença entre si e nem passam de um para o outro. Em geral, dos sintomas nos animais são: falta de coordenação motora, andar cambalente, cegueira, cabeça baixa, orelhas caídas, apatia, podendo ser fatal. A doença também acomete aves e, nesses animais, observa-se mortalidade elevada. Não há tratamento específico.