A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Maternidade São Mateus (HMSM) completou um ano de funcionamento no dia 31 de janeiro de 2025 –a estrutura iniciou os atendimentos no dia 1º de fevereiro de 2024. Nesse período, foram realizados 2.673 partos, sendo que 832 deles foram em gestantes de alto risco, o que corresponde a 31,12% do total. “Em outro momento, sem a Utin, essas mães não ficariam aqui, iriam para Colatina, Grande Vitória ou até mesmo para Cachoeiro de Itapemirim” – destaca o presidente da mantenedora do HMSM, Casa de Nossa Senhora Aparecida, Gleison Marcos Nimer.
Ele detalha que, do total de partos, 176 bebês precisaram de internação na Utin, que manteve uma média de ocupação de 80% por quase que todo o tempo. “Chegamos à ocupação de 120%, ou seja, acima da capacidade. A permanência dos bebês na Utin é muito relativa. Tivemos um paciente que permaneceu na unidade por quase 90 dias, o que não apenas demonstra a complexidade dos cuidados que oferecemos, mas também a determinação e o compromisso de nossa equipe em proporcionar o melhor tratamento possível” – afirma.

Foto: Tatiana Milanez/TC Digital
“Nos sentimos satisfeitos. Nossa missão de preservar vidas está sendo realizada com grande qualidade, e a cada dia que se sucede, nos presenteia com mais razões para festejarmos o impacto benéfico que estamos promovendo. O Hospital Maternidade transcende a função de um hospital: ele é um símbolo de esperança, cuidado e dedicação à saúde da população. Isso proporciona uma alegria imensa para toda a nossa equipe e para os munícipes” – reforça.
Além de pacientes de São Mateus, a Utin atende também as mães e bebês de Pedro Canário, Conceição da Barra, Mucurici, Ponto Belo, Pinheiros, Montanha, Vila Pavão, Boa Esperança, Nova Venécia.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS
De acordo com Gleison, a classificação de risco habitual é para a gestação comum, na qual a mãe não apresenta nenhuma comorbidade. Na unidade hospitalar são atendidos pacientes de oito municípios em risco habitual, são os seguintes: São Mateus, Jaguaré, Conceição da Barra, Pedro Canário, Pinheiros, Montanha, Ponto Belo e Mucurici.
Já a gestação de alto risco, que abrange os dez municípios já citados, é aquela que apresenta qualquer tipo de risco para as gestantes ou bebês. Gleison explica que o HMSM também realizada todo o pré-natal para pacientes de alto risco dos municípios de Boa Esperança, Pinheiros, Montanha, Mucurici, Ponto Belo, Ecoporanga, Água Doce do Norte e Barra de São Francisco. No entanto, ele esclarece que para as gestantes que recebem o pré-natal, mas residem nos municípios que não estão contemplados na área de abrangência da unidade o parto não é realizado no Hospital Maternidade.
Expansão prevê chegar a 151 leitos
Gleison Nimer destaca que, atualmente, o HMSM conta com 217 funcionários diretos, dos quais 29 atuam na Utin, além de médicos e profissionais terceirizados. Ele ressalta que o Hospital está planejando uma expansão para chegar a 151 leitos, o que inclui a ampliação da UTI, com a adição de 10 leitos para adultos e 10 para pediatria. “Isso nos colocaria como uma referência no Norte para o atendimento materno-infantil, o que é o nosso desejo” – afirma.
Perguntado sobre a possibilidade de o prédio atual do Hospital Roberto Silvares, no Bairro Park Washington, abrigar futuramente parte da estrutura do Hospital Maternidade, Gleison salienta que, “caso essa notícia se confirme, seria uma excelente oportunidade para acelerar a realização desses projetos”.
Projeções para 2025
A gerente de atenção à saúde do Hospital Maternidade, Mariana Quinquim Nascimento, destaca que, em 2025, serão iniciadas as atividades do primeiro banco de leite humano da Região Norte do Espírito Santo.
“A estrutura física já está pronta, os equipamentos também. Só estamos finalizando a parte burocrática, os processos para a abertura. Vamos conseguir realizar a pasteurização e ofertar leite humano para as crianças” – enfatiza.

Foto: Tatiana Milanez/TC Digital
Segundo ela, outro objetivo é aumentar a capacidade de internação no hospital com a inclusão de 11 novos leitos, aumentando dos 54 atuais para 65, incluindo os individuais. “Isso é para podermos atender de maneira mais eficaz às necessidades dos pacientes. Também vamos estabelecer a casa da gestante, bebê e puérpera, que proporcionará suporte a mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade que não requerem hospitalização imediata, mas que precisam de um acompanhamento adequado. Esse serviço será disponibilizado em uma casa domiciliar, localizada próxima ao Hospital, assegurando a vigilância necessária” – salienta.
O presidente da mantenedora, Gleison Nimer, acrescenta que a reforma da estrutura que deverá abrigar a casa da gestante será realizada em breve e contará com 20 leitos. Ele ressalta que o espaço será diferente do Hospital, que é de porta aberta e que o atendimento dependerá de convênios com outros municípios. “Será um espaço que precisa ser financiado e o Hospital não pode assumir essa responsabilidade sozinho. Por isso, precisamos do apoio dos municípios da nossa abrangência e tenho certeza que será de interesse deles” – frisa.
A gerente administrativa do Hospital Maternidade, Kelen Victor de Magalhães, explica que, para a abertura e funcionamento da casa da gestante, serão necessários alguns passos que já estão sendo agilizados.

Foto: Tatiana Milanez/TC Digital
“A proposta foi levada ao Governo do Estado. Existe uma complementação do Governo Federal, mas a gente só consegue esse valor se formos habilitados e esse procedimento só é conquistado com um ano de funcionamento, o que agora nós já temos. No entanto, a portaria que orienta a habilitação está revogada, mas sairá uma nova. Estamos esperando a aprovação do Estado para podermos nos adequar. Isso será um marco para a saúde materno-infantil do Norte do Estado” – enfatiza.
MUNICÍPIOS ATENDIDOS PELO HOSPITAL MATERNIDADE SÃO MATEUS
Foto do destaque: HMSM/Divulgação