SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O técnico português Jorge Jesus, 66, minimizou o episódio ocorrido nesta terça-feira (9) no duelo entre Paris Saint-Germain e Istanbul Basaksehir, pela Champions League, em que atletas das duas equipes deixaram o gramado após acusarem o quarto árbitro de racismo contra um integrante da comissão técnica do time turco.

Para Jesus, campeão brasileiro e da Libertadores com o Flamengo em 2019, o debate sobre questões raciais no futebol virou um modismo.

“Bem, eu não sei… Não estava lá. Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se disse, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento”, afirmou o treinador, atualmente no Benfica, antes de seguir com outra declaração infeliz.

“Hoje, qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. Pode-se dizer a mesma coisa contra um branco, já não é racismo. Está se implementando essa onda no mundo”, disse Jorge Jesus.

A entrevista do técnico foi mal recebida inclusive por torcedores do próprio Benfica, clube que Jesus assumiu em 2020 com o objetivo de levá-lo ao mata-mata da Champions League. A equipe portuguesa caiu ainda na terceira fase eliminatória do torneio, para o PAOK de Abel Ferreira, hoje treinador do Palmeiras.

Integrantes do podcast “O brinco do Baptista”, que faz parte de um grupo de torcedores chamado Benfica Independente, compartilhou nas redes sociais uma série de episódios produzidos pelo coletivo dedicados ao racismo, em resposta às declarações de Jesus.

“JJ, começa aqui e são 6 episódios. Somos suspeitos, mas recomendamos vivamente. Ah, e não é sobre moda”, escreveram no Twitter.

Nesta terça-feira, em confronto válido pela última rodada da fase de grupos da Champions, jogadores do Istanbul Basaksehir acusaram o quarto árbitro do jogo, o romeno Sebastian Coltescu, de ter proferido uma ofensa racista contra um integrante da comissão técnica do time turco.

Diante da recusa dos atletas dos dois clubes de voltarem ao gramado, a Uefa comunicou a suspensão da partida, que será reiniciada nesta quarta (9), às 14h55 (de Brasília), com uma diferente equipe de arbitragem. A entidade europeia afirmou ter iniciado investigação sobre o caso.

O integrante da arbitragem teria se referido ao ex-jogador camaronês Pierre Webó, assistente técnico do Istanbul, como “aquele negro”.

“Por que você diz negro?”, reagiu o assistente, expulso pelo árbitro principal, o também romeno Ovidiu Hategan, durante a discussão.

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