NATÃLIA CANCIAN E DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em meio a ampliação do número de militares em cargos no Ministério da Saúde, o governo nomeou nesta quarta-feira (27) o coronel Luiz Otavio Franco Duarte como secretário de atenção especializada em saúde, pasta voltada à organização de diretrizes de assistência, gestão e liberação de recursos para a área hospitalar e serviços de urgência e emergência.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União, e assinada pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto.

Coronel do Exército, Duarte atuou com o ministro interino, general Eduardo Pazuello, durante a intervenção federal em Roraima. Nas últimas semanas, ele já havia sido nomeado como assessor especial do ministro.

É a primeira nomeação de um militar para o comando de uma secretaria estratégica desde que a pasta passou a ser chefiada por Pazuello. Nas últimas semanas, ele havia confirmado outro coronel para a secretaria-executiva, mas apenas como seu substituto enquanto fica no cargo de ministro interino.

A entrada de Duarte na secretaria amplia o número de militares também em cargos de áreas estratégicas de assistência.

Leia também:   Brasil atinge 2 milhões de casos prováveis de dengue

O cargo na SAES, sigla como a secretaria é chamada, estava vago desde a saída de Francisco Figueiredo, que tinha experiência na gestão de hospitais e ocupava o posto desde a gestão do ex-ministro Ricardo Barros. Ele foi exonerado há três semanas.

Após da saída de Figueiredo, ainda na gestão do ex-ministro Nelson Teich, a secretaria chegou a ser oferecida a Mauro Junqueira, atual secretário-executivo do Conasems, conselho que reúne secretários municipais de saúde. Mas o nome não foi aceito pelo Palácio do Planalto, em meio a pressão do chamado Centrão para indicar um nome para a pasta.

Com a nomeação de Luiz Otávio Franco Duarte, o ministério soma três secretários com histórico militar, uma ocupada por uma médica pediatra e outras três ainda sem titulares.

Além da atenção especializada, são geridas por militares a secretaria-executiva, hoje sob comando interino do coronel Antônio Élcio Franco Filho, e a secretaria especial de saúde indígena, comandada pelo coronel da reserva Robson Santos da Silva, que entrou no cargo ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e fez parte da equipe de transição para o atual governo.

Leia também:   Brasil atinge 2 milhões de casos prováveis de dengue

Membros da gestão anterior, porém, afirmam que Silva era uma das poucas pessoas ligadas ao Exército na pasta à época.

Militar nomeado no SUS publicou fake news sobre cloroquina e ofendeu OMS nas últimas semanas, o governo vem ampliando o número de militares em cargos Ministério da Saúde.

As nomeações, no entanto, ocorriam sobretudo para cargos de direção e coordenação na secretaria-executiva.

Com a entrada de Pazuello como interino, as nomeações passaram a ocorrer também para cargos em áreas especializadas. Ao todo, já são mais de 21 nomeados em diferentes cargos.

Em reunião com secretários estaduais e municipais de Saúde na última semana, Pazuello justificou as nomeações afirmando que a atuação é temporária.

“Em princípio serão só 90 dias. São pessoas preparadas para lidar com esse tipo de crise, e precisamos desse tipo de preparo”, disse. “É temporário e vou ter de substituí-los ao longo dos 90 dias. Vamos substituindo e colocando no momento de maior normalidade.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here