PHILLIPPE WATANABE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Menos de 3% dos alertas de desmatamento emitidos no Brasil pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e por outras ferramentas de monitoramento de desmate no país, desde o início da gestão de Jair Bolsonaro (PL), foram fiscalizados ou ocorreram em áreas com autorização para supressão de vegetação.
Ou seja, na ampla maioria dos casos, o governo federal não fiscalizou a destruição do meio ambiente.

O dado é proveniente do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, uma nova ferramenta do MapBiomas, lançada nesta terça-feira (3). A plataforma analisou alertas de desmate emitidos pelo MapBiomas Alerta -que engloba dados do Deter (Inpe), do monitoramento do Imazon, Universidade de Maryland e da Geodatin/UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana)- de entre janeiro de 2019 e março de 2022.

Segundo o novo mecanismo, o governo federal só fiscalizou cerca de 2,17% dos alertas de desmatamento. Essas ações ocorreram em uma área que abrange somente 13% de todo o território desmatado no país nesse período.

A ferramenta é coordenada pelo ICV (Instituto Centro de Vida) e pelo Brasil.IO, e utiliza bases de dados públicas sobre fiscalizações e embargos ambientais. Além do governo federal, o monitor até o momento centraliza informações de cinco estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e São Paulo.

A fiscalização realizada pelos estados é um pouco mais abrangente. Minas Gerais teve ações de verificação ou autorização para desmate em cerca de 22% da área desmatada. No Mato Grosso, 29% dos alertas sofreram fiscalização ou tinham permissão para supressão da vegetação.

No Pará, somente 1,8% dos alertas está em área com presença de vistoria ou autorização para supressão. Em São Paulo, as ações em campo atingiram 21% dos alertas de desmate.
Por fim, em Goiás, a fiscalização atingiu 10% dos alertas de destruição emitidos.

 

Foto do destaque: Reprodução

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