Vitória – Uma ação conjunta de cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão foi deflagrada, por meio da Operação Raptores, na manhã desta quarta-feira nos estados do Espírito Santo, da Bahia e de Minas Gerais. De acordo com mensagem enviada à Rede TC pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Espírito Santo, a operação envolve a Polícia Rodoviária Federal e o MPES, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público Estadual.

De acordo com o MPES, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 21 de busca e apreensão no Espírito Santo, na Bahia e em Minas Gerais. “No Espírito Santo, foram presos um dos chefes do esquema, que mora em Viana e é dono de uma oficina, além de outros três donos de oficinas, suspeitos de participarem da adulteração de estruturas de veículos de carga de forma fraudulenta, e de um empresário que emitia laudos falsos sobre a situação dos veículos. Na Bahia, seis pessoas foram presas. Já em Minas Gerais, três pessoas foram presas por suposto envolvimento no esquema que adulterava a estrutura de veículos de carga e falsificava documentos para que circulassem com excesso de peso. Uma pessoa da Bahia e outra de Minas estão foragidas” – afirma o MPES.

Leia também:   Receita Federal apreende 1,3 tonelada de cocaína no Rio
Segundo apurou o MPES, o grupo criminoso realiza alteração fraudulenta de veículos, fazendo com que os mesmos passem a transportar peso superior à capacidade original, falsificam documentos e realizam inserções falsas nos sistemas, com a participação de funcionários de Detrans ou despachantes.

Segundo o MPES, a Operação Raptores identificou 579 carretas com a estrutura adulterada, 151 delas com a autoria da fraude comprovada. “Essas alterações nos veículos aconteciam em quatro oficinas mecânicas do ES: duas em Viana, uma em Linhares e uma em Cachoeiro de Itapemirim. As investigações tiveram início em 2017, após suspeitas de roubos de carga e veículo, mas foi verificado pela Polícia Rodoviária Federal duas organizações criminosas que atuavam na alteração da capacidade de carga das carretas e fraude de documentos” – detalha.

De acordo com as apurações, os veículos tinham capacidade de carga aumentada de forma clandestina e sem passar por critérios e exigências dos órgãos de fiscalização, levando risco para a estrada. Essas alterações afetavam partes importantes dos veículos como freios e pneus. “A quadrilha usava eixos de carretas envolvidas em acidentes, já desgastados, para fazer a adulteração. Em um dos casos, um reboque de carro de passeio, feito para carregar 300 quilos, foi adulterado para ser usado em uma carreta, transportando 35 toneladas”.

Leia também:   PRF inicia Operação Semana Santa 2024 no Espírito Santo nesta quinta-feira

Conforme apurado pelo Gaeco-ES e pela PRF, veículos adulterados envolveram-se em dezenas de acidentes com mortes em vias federais, estaduais e municipais. “A ocorrência de maior gravidade em rodovias federais no Espírito Santo, envolvendo uma carreta transportando rocha ornamental e um ônibus, que causou a morte de 23 pessoas na BR-101, em Guarapari, faz parte das apurações que ensejaram nos mandados expedidos” – complementa.

COMPARTILHAR

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here