A fome oculta é um problema de saúde pública. Ela é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a carência de vitaminas e minerais, que ocorre quando o alimento consumido, apesar de saciar a fome, não possui qualidade suficiente para suprir as necessidades nutricionais do indivíduo. Está associada a uma dieta deficiente em micronutrientes, porém não obrigatoriamente pobre em calorias, podendo aparecer em pessoas que apresentam sobrepeso ou obesidade. A despeito de atingir pessoas de todas as idades e faixas de renda, a fome oculta é mais predominante nos países subdesenvolvidos e atinge em maior número crianças pequenas, meninas na adolescência, gestantes, lactentes, idosos. Famílias com baixos recursos são mais suscetíveis a carências nutricionais, pois muitas vezes consomem alimentos altamente energéticos e nutricionalmente pobres, sem variedade de frutas, legumes, peixes e carnes.

Em países desenvolvidos, deficiências nutricionais podem estar relacionadas a períodos de recessão econômica, quando o custo do alimento se torna um determinante maior para a compra do que sua qualidade, e também como resultado de mudanças no estilo de vida, como o aumento no consumo de alimentos processados pobres em nutrientes. No Brasil, é possível identificar a dupla carga de doenças relacionadas com a alimentação, como o sobrepeso e a obesidade, juntamente com a deficiência de micronutrientes.

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Estudos indicam a inadequação na ingestão de cálcio, magnésio, selênio, zinco e vitaminas E, D, A e C. A prevalência de inadequação de vitamina B12 e de ferro também foi bem frequente nos resultados. Como muitas vezes a fome oculta não manifesta sinais claros ou sintomas, ela pode passar despercebida pelo indivíduo e profissionais de saúde. Assim, a deficiência mantida por um período prolongado pode causar consequências graves em longo prazo, afetando o crescimento do indivíduo e até mesmo comprometendo seu desenvolvimento cognitivo. Micronutrientes também têm importante papel preventivo, como é o caso de vitaminas com ação antioxidante, que diminuem o risco de doenças crônicas, e da vitamina D, que juntamente com o cálcio participa da manutenção da saúde óssea e prevenção da osteoporose. As principais estratégias para o combate à fome oculta envolvem educação nutricional e informações sobre a importância da maior diversidade da alimentação, fortificação de alimentos e suplementação.

O estímulo ao consumo adequado de cereais, leguminosas, frutas, hortaliças, leite e derivados, e a redução de outros altamente processados é essencial para a adequação do consumo de nutrientes. Assim, é relevante que haja a orientação do consumidor para a adequada escolha dos alimentos que farão parte das suas refeições, priorizando aqueles que oferecem maior quantidade e qualidade de nutrientes e que atendam às suas necessidades em todos os momentos da vida.

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FOME OCULTA: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Resultado de um trabalho de quase dois anos, a obra Neurogenética na Prática Clínica desenvolve, durante 16 seções e 35 capítulos, a união de duas grandes e importantes subespecialidades médicas: a Neurologia e a Genética. Escrita e pensada por cinco editores e mais de 60 colaboradores, todos com formações heterogêneas entre si, possui ampla abordagem, tratando tanto da parte clínica quanto da ciência básica. José Luiz Pedroso, da Associação Paulista de Neurologia (APAN) e um dos responsáveis pela edição, conta que a ideia surgiu devido à grande evolução nas descobertas de doenças neurológicas de origem genética que têm acontecido, especialmente, na última década. Escrito por Marcondes C.

França Jr., Sarah Teixeira Camargos, Orlando G. P. Barsottini e Fernando Kok, além de José Luiz Pedroso, previamente citado, o livro será, oficialmente, lançado no Congresso Paulista de Neurologia 2019, em 31 de maio.

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