A final de domingo (23), às 16h, da Liga dos Campeões da Europa entre o Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, coloca em lados opostos, mais uma vez, os craques brasileiros Neymar e Philippe Coutinho, astros da Seleção Brasileira. Esse duelo individual, no entanto, já teve um capítulo anterior, e em solo capixaba.
Ainda despontando como promessas do futebol, os jogadores eram estrelas das equipes do Santos e do Vasco na decisão da Copa Brasil Sub-17, em 2008, no Estádio Salvador Venâncio da Costa, em Vitória.
Um capixaba estava dentro de campo e lembra muito bem aquela final em que o Vasco do Philippe Coutinho venceu o Santos do Neymar por 2 a 1, levantando a taça de campeão. Nesta sexta-feira, o Vasco está completando 121 anos de fundação.
“Mesmo eles no início da carreira, foi muito gratificante e emocionante. Não tem como não dizer isso. Mesmo os dois não sendo naquela época os fenômenos que são hoje, ainda assim já eram destaques no Brasil” – lembra o árbitro Edson Esperidião. Já aposentado das quatro linhas, ele atualmente é subsecretário de Serviços Urbanos da Prefeitura de Cariacica.
Com 25 anos como árbitro da Federação de Futebol do Espírito Santo e 16 da CBF (um deles como aspirante à Fifa), Edson Esperidião destaca que aquela decisão da Copa Brasil Sub-17, envolvendo jogadores que posteriormente se tornariam estrelas do futebol mundial, foi um dos grandes momentos da carreira dele.
O ex-árbitro lembra que Neymar já tinha contrato milionário e era apontado como uma grande promessa do futebol mundial.
“Hoje conto para minha família, meus amigos. Sem falar que a arbitragem foi impecável. Eu consegui conduzir o jogo da melhor maneira possível, não teve um incidente sequer, nem reclamações ou acidente também. Não foi perfeito, porque perfeito é Deus” – sustenta.
Neymar mais tranquilo com a arbitragem
Atualmente, alguns árbitros consideram o atacante do PSG, Neymar, como um dos jogadores mais problemáticos, que reclama muito. Entretanto o árbitro Edson Esperidião afirma que o jogador era mais tranquilo naquela época da decisão da Copa Brasil Sub-17.
“Era o início de carreira deles [Neymar e Philippe Coutinho] e estavam ainda descobrindo as malandragens do futebol brasileiro. Hoje vejo o Neymar muito mais áspero, tentando ludibriar a arbitragem. Na época, ele não tinha essa malandragem mesmo” – recordou.
O árbitro capixaba frisa que estava em plena forma física e acompanhou todos os lances, sem dar oportunidade para reclamações. Por estar próximo das jogadas, conseguiu anotar uma falta próxima à grande área do ataque santista. E o lance foi eternizado porque Neymar cobrou com perfeição e fez um belo gol, o único da equipe da baixada na final no Estádio Salvador Costa.
Os gols da vitória cruzmaltina foram marcados por João Marcos e Willen, que não tiveram o mesmo destino das duas estrelas do futebol mundial.
Final da Série B em São Mateus entre as mais marcantes do árbitro
No mesmo ano da final da Copa Brasil Sub-17, em 2008, Edson Esperidião apitou outro jogo que ficou marcado na carreira dele como árbitro: a final do Campeonato Estadual da Série B entre São Mateus e Grêmio Esportivo Laranjeira, no Estádio Sernamby. O empate de 2 a 2 deu o título ao Pitbull.
“São Mateus e Gel jogando a decisão da Série B, no Sernamby, o Ferrugem fez um gol do meio da rua, no apagar das luzes, próximo de acabar. Foi muito emocionante” – lembrou.
O jogo lembrado por Esperidião foi realizado no fim da manhã de um domingo, diante de um calor intenso e com o Sernamby lotado. Após aquela competição, o volante Wéverton Almeida Santos, o Ferrugem, foi contratado pelo Gama (DF) e depois atuou por Ponte Preta e Corinthians, entre outras equipes.
Edson Espiridião citou ainda como jogos marcantes na carreira uma decisão do Campeonato Brasileiro da Série B em que o Coritiba foi campeão com o Estádio Couto Pereira superlotado, além do amistoso da Seleção Brasileira contra a Polônia, no Estádio Engenheiro Araripe, em 1996. Ele auxiliou o juiz espanhol José Garcia Aranda no jogo em que o Brasil ganhou de 3 a 1 dos europeus.