Na audiência pública para discutir o preço mínimo do café, realizada pela Comissão de Agricultura da Câmara Federal, o deputado Evair de Melo (PP-ES) cobrou postura da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que não enviou representante para explicar a metodologia dos preços de referência do grão.

“Enquanto combustíveis, energia, transporte e mão de obra subiram seus valores acima de 20%, os produtores estão operando em prejuízo. Queremos que a Conab faça essas correções, para que tenhamos preços justos e, assim, possamos fazer uma safra com mais qualidade” – disse o deputado. Para Evair, os preços apresentados pela Conab derrubam o mercado. “São números vergonhosos, aquém da nossa realidade”, completou Evair, conforme mensagem enviada pela assessoria parlamentar à Rede TC.

Presidente da Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel da Palha (Cooabriel), Luiz Carlos Bastianello declarou que é preciso “uma política que garanta a subsistência do produtor, pois até mesmo a safra do ano que vem está comprometida”. Analista em Desenvolvimento Rural do Incaper, Enio Bergoli destacou que a política de preços mínimos surgiu para garantir que, pelo menos, não haja prejuízo financeiro aos cafeicultores. “O custo de produção deveria cobrir minimamente aquelas despesas que efetivamente foram desembolsadas pelo agricultor. No caso do conilon, e também do arábica, os valores estabelecidos não cobrem nem isso”.

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EVITAR PERDAS
AVASSALADORAS
Evair de Melo disse que a pauta entregue para o Ministério da Agricultura, construída na reunião da Frente Parlamentar do Café no dia 7 deste mês, inclui entre as prioridades a construção de uma Política de Preço de Referência invertida, a renegociação das dívidas dos cafeicultores e buscar formas de fortalecer os produtores para a safra de 2020, além de evitar perdas avassaladoras neste ano.

Presidente da Comissão de Café da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Breno Mesquita relembra que o preço de referência é a soma do preço mínimo mais 10% deste preço para que o produtor possa comercializar seu produto. Entretanto a atual não contemplaria os produtores de conilon, já que os valores estabelecidos pela Conab para este grão são considerados ínfimos.

“É preciso ampliar nossas plataformas comerciais, mas só podemos expor o produtor brasileiro a essa competição internacional quando tivermos infraestrutura, estrada, reforma e simplificação tributária, energia e telefonia disponível, segurança, entre outros fatores que nos dê competitividade” – completou Evair, na mensagem à TC.

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Brasília–DF

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