A situação da erosão de margem fluvial na estrada de Meleiras é grave. A afirmação é do coordenador municipal de Proteção e Defesa Civil de Conceição da Barra, Jalmas Greis. Em entrevista à Rede TC de Comunicações, ele aponta o risco de extinção das comunidades de Meleiras e Barreiras e da localidade conhecida como Marrocos, onde está localizado um atracadouro, caso não haja intervenções ainda neste ano.

Greis salientou que está fazendo um levantamento da situação e provavelmente encaminhará nos próximos dias um parecer ao prefeito Erivan Tavares, orientando que seja assinado um decreto de situação de emergência.

Nesta semana, a TC publicou uma reportagem relatando a preocupação de moradores da região, apontando o risco de rompimento de trecho da estrada de Meleiras, na localidade conhecida como ‘matinha do Manoel Rufino’, devido à erosão. Esse trecho está localizado no território de Conceição da Barra e fica a aproximadamente sete quilômetros da Rodovia Othovarino Duarte Santos (Rodovia de Guriri).

Jalmas Greis também relatou que o problema foi detectado pela Defesa Civil em 2017, ano em que também estava na coordenação do órgão. “Eles falaram que estavam havendo uns taludes (planos de terreno inclinados/barrancos) às margens do Rio Cricaré. Eu fui fazer uma visita e saí preocupado” – disse.

Diante da preocupação, naquela época, o coordenador acrescentou que acionou a Defesa Civil Estadual e um engenheiro fez uma vistoria de toda a margem do rio, constatando que se tratava de uma erosão de margem fluvial, “que se não fosse contida, iria atingir a estrada e consequentemente as comunidades”, reforçou.

PEDIDO DE INTERVENÇÃO

Jalmas Greis recordou que instaurou um processo na Defesa Civil Municipal em 2018 com o pedido de uma intervenção emergencial no local conhecido como ‘matinha de Manoel Rufino’. Ele frisou que o prefeito da época, Chicão, acatou o parecer e decretou situação de emergência. O coordenador acrescentou que o chefe do Executivo acabou sendo afastado posteriormente e ele também deixou o cargo, não sendo possível dar continuidade aos trabalhos no local.

De volta à Defesa Civil, Greis aponta que a situação atual é de “desastre de média intensidade”

Nomeado pelo prefeito Erivan Tavares em janeiro para reassumir a coordenação de Proteção e Defesa Civil de Conceição da Barra, Jalmas Greis disse que a primeira ação que realizou na pasta foi verificar a situação da erosão de margem fluvial na estrada de Meleiras e se surpreendeu com a gravidade. “Aquele ponto que estava ameaçado de ser interditado, de ter uma invasão da erosão na estrada, transformou-se num desastre de média intensidade”, afirmou.

Greis explicou que essa não é mais uma questão pontual. “Você tem também uma linha linear em torno de mil e 100 metros, mais ou menos, que já caiu casa, tem família desabrigada, tem talude de cinco, seis metros de altura do barranco às margens do rio”, disse, detalhando que essa área de erosão de margem fluvial é no sentido da ‘matinha de Manoel Rufino’ até o atracadouro, sendo que as situações mais graves estão nas comunidades de Barreiras e Marrocos.

“Hoje posso garantir, como coordenador de defesa civil, com experiência neste campo com mais de 11 anos, que a grande ameaça é a extinção das comunidades. Não tem muita conversa. Se não houver uma intervenção ali este ano, do Estado ou do Governo Federal, aquelas comunidades estão condenadas à extinção” – sustentou.

Ele exemplificou que algumas casas que existiam quando era coordenador da defesa civil em 2017, não estão mais no local e outras correm risco de desabar. Esta situação, conforme explicou, é depois da localidade conhecida como comunidade do Marrocos. Inclusive, Greis acrescentou que há interdição total da via próxima ao atracadouro.

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PROVIDÊNCIAS  ADOTADAS

Jalmas Greis detalhou as medidas já adotadas na Coordenação de Proteção e Defesa Civil de Conceição da Barra diante da situação verificada às margens do Rio Cricaré. Segundo ele, foi aberto um processo no órgão para levantar dados e documentações para respaldar um parecer.

Ele disse também que “o parecer deve ficar pronto em mais ou menos uma semana e deve orientar o prefeito a decretar uma situação de emergência, em razão daquela área afetada com erosão de margem fluvial”.

Conforme acrescentou, a partir do decreto, o prefeito Erivan poderá dirigir-se ao Governo do Estado, inicialmente, para “trazer alguém que faça um projeto”. Nesse sentido, Greis justificou que o Município não tem capacidade técnica e nem financeira para lidar com o problema.

“Tem que buscar no Governo do Estado recursos para que esse ano tenha uma intervenção. Se não houver intervenção neste ano, pode saber que nós teremos notícias muito mais sérias que esta que estamos te falando neste momento” – reforçou.

Foto do destaque: Divulgação